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Planalto reage a Barroso e diz que STF está sendo político

6 mar 2018 - 21h13
(atualizado às 21h25)
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O Palácio do Planalto reagiu mal às ações do ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso, que mandou quebrar o sigilo bancário do presidente Michel Temer e a subsequente decisão de tentar investigar a defesa de Temer por um suposto vazamento de informações.

Presidente Michel Temer
05/02/2018
REUTERS/Ueslei Marcelino
Presidente Michel Temer 05/02/2018 REUTERS/Ueslei Marcelino
Foto: Reuters

"Ele deixou de ser juiz e está assumindo o comando do inquérito", disse uma fonte palaciana. "Não é o Planalto que está comprando briga com o ministro, o ministro que está comprando briga com alguém. O Judiciário está sendo político", disse à Reuters uma fonte palaciana.

Barroso, que é relator do chamado inquérito dos portos, em que Temer é investigado por ter supostamente beneficiado a empresa Rodrimar na edição de um decreto, autorizou a quebra de sigilo bancário de Temer, do advogado José Yunes e do ex-deputado Rodrigo Rocha Loures, ex-assessores de Temer, e de João Baptista Lima Filho, o coronel Lima, amigo do presidente.

O pedido foi feito pelo delegado Cleyber Malta Lopes, que conduz o inquérito na Polícia Federal. A PGR, segundo o Planalto, teria se manifestado favorável à quebra de sigilo dos demais, mas teria considerado que não era necessário quebrar o do presidente, mas Barroso autorizou mesmo assim.

Já mais cedo, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, havia classificado a decisão de Barroso de "abusiva" e "desnecessária". E o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, insinuou que a decisão teria relação com o momento político. "Quando o governo tem um fato altamente positivo acaba aparecendo um negativo", disse Padilha.

Durante a tarde, um dos advogados de Temer, Brian Alves Prado, entrou com uma petição tentando ter acesso à decisão de quebra de sigilo, citando o número das decisões. Ao final da noite, a reação de Barroso não foi de responder ao pedido, mas de investigar como Prado havia tido acesso até a números de autuações, que deveriam ter sido sigilosos.

A reação do ministro irritou ainda mais o Planalto, que alega ter tido acesso a esses números no próprio corpo do processo, que respondeu com ironia ao despacho do ministro.

"A defesa está preparando agora uma resposta mostrando ao STF onde estão no processo os números usados na petição", disse a fonte.

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