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Petro assume na Colômbia com promessa de paz e justiça social

É a primeira vez que a esquerda chega ao poder no país

8 ago 2022 - 09h45
(atualizado às 09h54)
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O ex-guerrilheiro Gustavo Petro tomou posse neste domingo (7), em Bogotá, como primeiro presidente de esquerda na história da Colômbia.

Com 62 anos, Petro substitui o conservador Iván Duque e vai governar o segundo país mais populoso da América do Sul até 2026. Ao seu lado, também tomou posse a ativista ambiental Francia Márquez, 40, primeira mulher negra vice-presidente nos países do subcontinente.

"É a hora da mudança, e podemos realizá-la juntos e em paz, contradizendo aqueles que diziam que nunca chegaríamos no poder", afirmou o novo mandatário em seu discurso de posse.

Petro ainda fez um apelo para que todas as guerrilhas ainda ativas no país, das quais a principal delas é o Exército de Libertação Nacional (ELN), aceitem um "caminho de diálogo em troca de benefícios judiciais".

O presidente também defendeu uma economia "baseada na produção e em uma maior justiça, na qual quem tem mais paga mais para ajudar" os desfavorecidos. "Aqui começa um governo que lutará por justiça ambiental", garantiu.

Durante a campanha, Petro prometeu aumentar impostos sobre os mais ricos, investir em saúde e educação públicas e reformar as políticas de segurança do país, que é o principal aliado dos Estados Unidos em sua guerra às drogas.

Além disso, indicou que vai restabelecer relações diplomáticas com o governo de Nicolás Maduro, interrompidas em 2019, quando Duque reconheceu Juan Guaidó como presidente da Venezuela.

Ao mesmo tempo, Petro terá o desafio de guiar um país com a economia em crise devido à pandemia de Covid-19 e profundamente desigual - cerca de 40% da população colombiana vive na pobreza.

Petro integrou a guerrilha M-19 na juventude, com o apelido de Aureliano, inspirado em um personagem de "Cem Anos de Solidão", obra-prima do escritor colombiano Gabriel García Márquez, porém nunca participou de operações armadas. Na década de 1980, chegou a ser preso por posse ilegal de armas e cumpriu pena de 18 meses de cadeia.

Após abandonar a guerrilha, foi deputado, prefeito da capital Bogotá, senador e candidato a presidente em três ocasiões, sendo a primeira em 2010, quando teve apenas 9% dos votos, e a segunda em 2018, quando foi derrotado por Duque no segundo turno por 54% a 42%.

Nas eleições deste ano, ganhou do populista Rodolfo Hernández no segundo turno por 50,42% a 47,35%. O resultado na Colômbia confirmou o renascimento da esquerda na América do Sul, que já tinha se expressado com as vitórias de Alberto Fernández na Argentina, Gabriel Boric no Chile, Luis Alberto Arce na Bolívia e Pedro Castillo no Peru.

Ansa - Brasil   
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