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PERFIL-Joe Biden assume comando de um país em crise após anos sob Trump

20 jan 2021 - 17h04
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Para Joe Biden, tornar-se presidente dos Estados Unidos é a realização de uma busca de décadas, com duas tentativas fracassadas. Seu objetivo agora é, como ele disse, restaurar "a alma da América" após quatro anos de mandato de Donald Trump.

Presidente dos EUA, Joe Biden, e a primeira dama, Jill Biden, deixam o Capitólio depois da cerimônia de posse
20/01/2021
REUTERS/Mike Segar
Presidente dos EUA, Joe Biden, e a primeira dama, Jill Biden, deixam o Capitólio depois da cerimônia de posse 20/01/2021 REUTERS/Mike Segar
Foto: Reuters

Biden, que aos 78 anos é o presidente mais velho a ocupar a Casa Branca, chegou a Washington pela primeira vez como um jovem ambicioso. Ele foi eleito em 1972 aos 29 anos para o Senado dos EUA pelo Estado de Delaware e permaneceu lá por 36 anos antes de ocupar, de 2009 a 2017, o cargo de vice-presidente do antecessor de Trump, Barack Obama, o primeiro presidente negro dos EUA.

Nesta quarta-feira, ao se tornar o 46º presidente norte-americano, Biden assumiu o comando de uma nação com profundas divisões políticas em meio a uma crise de saúde pública que tem abalado a maior economia do mundo.

"Eu busquei este cargo para restaurar a alma da América, para reconstruir a espinha dorsal desta nação --a classe média-- e para fazer a América respeitada em todo o mundo novamente. E para nos unir aqui em casa", disse Biden em seu discurso de vitória no dia 7 de novembro, depois de ser considerado o vencedor de uma eleição ferozmente contestada.

"Sou um democrata orgulhoso, mas governarei como um presidente americano. Trabalharei tanto por aqueles que não votaram em mim quanto por aqueles que votaram. Que esta era sombria de demonização na América comece a terminar aqui e agora", acrescentou Biden.

Trump se recusou a admitir a derrota na eleição e falsamente alegou que ela foi fraudada. Pesquisas de opinião mostram que um grande número de apoiadores republicanos de Trump acredita em suas afirmações infundadas, deixando Biden com a tarefa de restaurar a confiança na democracia norte-americana entre milhões de eleitores.

O ataque ao Capitólio em 6 de janeiro por uma multidão pró-Trump ressaltou a dificuldade da tarefa de Biden. Trump ainda enfrenta um julgamento de impeachment no Senado sob a acusação de incitar seus apoiadores.

Biden, que se tornou apenas o segundo presidente católico dos EUA, trouxe para sua carreira política uma mistura de raízes na classe operária, experiência em política externa e uma história de vida marcada pela tragédia familiar --a perda de sua primeira esposa e uma filha em um acidente de carro, e um filho com câncer. Ele buscou sem sucesso a indicação presidencial democrata em 1988 e 2008 antes de finalmente garantir a bênção de seu partido em 2020 com forte apoio entre os eleitores negros.

Biden optou por não concorrer à Presidência em 2016, apenas para ver Trump derrotar a democrata Hillary Clinton.

Biden nasceu na cidade operária de Scranton, na Pensilvânia, o mais velho de quatro irmãos. Sua família mudou-se mais tarde para Delaware. Ele superou a gagueira quando menino ao recitar poesia diante de um espelho.

Apesar de anos de hostilidades partidárias em Washington, Biden disse que continua acreditando no bipartidarismo. Durante seu período no Senado, ele era conhecido por suas estreitas relações de trabalho com alguns de seus colegas republicanos.

Biden também tem defendido o papel dos EUA como líder no cenário mundial depois que Trump abandonou acordos internacionais e afastou aliados estrangeiros de longa data.

Com os democratas no controle das duas Casas do Congresso e da Casa Branca, Biden tem uma oportunidade única de cumprir sua ambiciosa agenda, que inclui reverter várias políticas de Trump, combater a pandemia de Covid-19 e resgatar a economia.

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