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Partidos rejeitam formar bloco na UE com Salvini e Le Pen

Ideia de uma coalizão "soberanista" em Bruxelas naufragou

6 jun 2019 - 19h02
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O sonho de Matteo Salvini e Marine Le Pen de criar uma ampla coalizão "soberanista" no Parlamento da União Europeia está cada vez mais distante, apesar do crescimento das forças ultraconservadoras nas eleições de maio passado.

    Até o momento, três importantes partidos de extrema direita já fecharam as portas para o grupo Europa das Nações e da Liberdade (ENF), que conquistou 58 cadeiras no novo Parlamento da UE, a sexta maior bancada.

    Um deles foi o Fidesz, do primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, que, apesar de sua admiração por Salvini, não quis romper os laços com o Partido Popular Europeu (PPE), o grupo do establishment de centro-direita na UE e dono da maior bancada no Parlamento do bloco, com 179 cadeiras.

    Na sequência, Nigel Farage, do partido Brexit, o mais votado no Reino Unido, também jogou uma ducha de água fria em Salvini e Le Pen. Atualmente no grupo Europa da Liberdade e da Democracia Direta (EFDD), que conquistou 54 assentos no Europarlamento, Farage disse que dirigentes do ENF se comportaram "muito mal" durante uma reunião privada na semana passada.

    "Sou um homem à moda antiga e acredito na confiança, na honra, no aperto de mão, e as conversas perante um café não devem ser de domínio público", declarou o líder do Brexit, negando que tivesse assumido qualquer compromisso com o grupo de Salvini e Le Pen.

    A terceira negativa chegou do partido ultraconservador polonês Direito e Justiça (PiS), grande puxador de votos do grupo Reformistas e Conservadores Europeus (ECR), a maior força de extrema direita no Parlamento da UE, com 64 cadeiras.

    O líder do PiS, Jaroslaw Kaczynski, justificou a decisão de não se aliar a Salvini e Le Pen com o argumento de que eles possuem posições pró-Rússia "inaceitáveis" para a Polônia. Até o momento, o principal aliado do ministro do Interior italiano e da deputada francesa é o partido Alternativa para a Alemanha (AfD), mas a coalizão enfrenta dificuldades para angariar parceiros de peso.

    A tendência é que, com negociações em curso entre conservadores, socialistas, liberais e verdes, a extrema direita fique alijada das esferas de poder em Bruxelas.

Ansa - Brasil   
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