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Partido islâmico pretende conquistar influência política decisiva em eleição na Malásia

22 abr 2018 - 17h59
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O resultado das eleições do próximo mês na Malásia depende do desempenho de um partido que luta há décadas para transformar o país em um Estado islâmico e impor penalidades mais severas aos muçulmanos por adultério, roubo, homicídio e ingestão de bebidas alcoólicas.

O Parti Islam se-Malaysia (PAS) espera conquistar 40 das 222 cadeiras do parlamento, o suficiente para ganhar influência política decisiva. Com o equilíbrio de poder, seria capaz de fazer as demandas políticas para apoiar o primeiro-ministro, Najib Razak, ou a aliança de oposição que tenta derrubá-lo.

Mesmo que o PAS fique aquém de suas ambições, ainda é provável que ele desempenhe um papel decisivo ao dividir o voto da oposição, dando uma enorme vantagem à coalizão Barisan Nasional (BN) de Najib.

Se o PAS conseguir prevalecer sobre o próximo governo, alguns analistas políticos dizem que isso poderia provocar divisões na Malásia multiétnica e de maioria muçulmana. O governo pode ficar sob pressão para reforçar as políticas de ação afirmativa que favorecem os malaios nos negócios, na educação e na moradia, e para fortalecer as cortes islâmicas, dizem eles.

Os muçulmanos, a maioria dos quais são malaios, representam cerca de 60 por cento da população do país de 32 milhões de habitantes. Chineses e indianos, que são budistas, cristãos ou hindus, representam a maior parte do resto.

O presidente do PAS, Abdul Hadi Awang, disse que insistirá para que o governo faça do Islamismo o centro de suas políticas, se o partido conseguir conquistar o pêndulo do poder depois da eleição.

"Queremos introduzir o Islã como uma agenda política, econômica e social", afirmou Hadi à Reuters na sede do PAS, em Kuala Lumpur, dizendo estar confiante em conquistar 40 assentos e "possivelmente até mais".

No entanto, poucos fora do partido acreditam que o PAS sairá das eleições de 9 de maio com a influência que espera, embora o conservadorismo islâmico que defende seja mais seguido no país desde as eleições de 2013, quando conquistou 21 cadeiras.

Uma razão para a perspectiva sombria é uma divisão no PAS em 2015 que levou à criação de um grupo dissidente, o Amanah, que é mais progressista e provavelmente conquistará votos do partido.

Há poucas pesquisas de opinião confiáveis na Malásia, mas duas consultorias políticas disseram à Reuters que o PAS não deve conseguir eleger mais do que 10 representantes nas eleições do próximo mês.

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