Partido de Putin perde um terço dos assentos em Moscou
Eleição na capital confirmou queda de popularidade da legenda
Nenhum terremoto, como era previsível, mas a "maioria silenciosa" dos russos, cansada do status quo, deu sinais de vitalidade nas eleições municipais deste domingo (8).
O caso mais célebre é o da capital Moscou, onde o partido do presidente Vladimir Putin, o Rússia Unida, perdeu 12 assentos para a oposição no parlamento local, passando de 38 para 26, de um total de 45.
O resultado, apesar da afluência modesta (pouco superior a 21%), se segue a um verão de protestos contra o governo por causa da exclusão de alguns dos principais candidatos da oposição.
O Rússia Unida chegou até a tirar seu símbolo das cédulas eleitorais para tentar conter a queda de popularidade na capital, e seus candidatos se apresentaram como independentes.
Ainda assim, o partido deve ter o controle do parlamento moscovita, já que duas legendas de oposição, o Partido Comunista (13 assentos) e o Rússia Justa (três), frequentemente votam alinhadas com o governo.
Já o pró-Ocidente Partido Democrático Unificado Russo (Jaboklo), cujo líder havia sido impedido de participar das eleições, sentença posteriormente revertida, garantiu as três cadeiras restantes.
"Esse é um resultado fantástico do voto útil. Combatemos juntos, obrigado a todos por sua contribuição", disse o líder de oposição Alexei Navalny, principal catalizador dos protestos contra Putin.
Durante a campanha, Navalny, que cumpre pena por convocar manifestações sem permissão, defendeu que os eleitores votassem nos candidatos com mais chance de derrotar o Rússia Unida. O partido também é protagonista de escândalos de corrupção e perdeu popularidade por causa das dificuldades econômicas enfrentadas pelo país.
Apoio
No restante da nação, no entanto, Putin confirmou sua força. Nas 16 regiões que renovaram seus governadores, todos os candidatos apoiados pelo Kremlin venceram sem problemas. Segundo o secretário do conselho-geral do Rússia Unida, Andrei Turchak, o partido ainda tem "60%" do eleitorado, dado que fez o governo cantar vitória.
"Fomos muito, muito bem. Poderíamos ter obtido algumas cadeiras a mais em alguns lugares e algumas a menos em outros, mas, no geral, o partido mostrou sua liderança em nível nacional", declarou.