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Mundo

Para Goldman Sachs, Itália 'flertará com recessão' em 2019

Banco divulgou relatório de previsão para o próximo ano

3 dez 2018 - 15h32
(atualizado às 15h54)
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O banco norte-americano de investimentos Goldman Sachs publicou nesta segunda-feira (3) relatório de previsão em que afirma que a Itália "flertará com a recessão" no início de 2019. Segundo a entidade, o país manterá crescimento na casa dos 0,4% no ano que vem, frente ao 1,1% previsto pelos analistas e ao 1,5% projetado pelo governo.

Banco é cético sobre acordo entre Itália e UE.
Banco é cético sobre acordo entre Itália e UE.
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

O banco prevê que a situação do mercado europeu vai "piorar antes de melhorar" e é cético sobre a possibilidade de Itália ou União Europeia cederem sobre a proposta de orçamento italiana rejeitada pelo bloco econômico em novembro. Na melhor das hipóteses, de acordo com o texto, a dívida pública do país vai se manter estável.

Para o Goldman Sachs, o confronto com a Europa pode causar a ruptura de importantes canais de financiamento da Itália, o que pode afetar países periféricos. Mesmo assim, o banco vê como difícil uma eventual saída do país da zona do euro.

"Em um assunto o governo Conte é poderoso: em poucos meses, a Itália se tornou a grande 'doente' da Europa e, segundo o Goldman Sachs, o risco de recessão em 2019 é altíssimo. Mudar o tom não adianta, temos que mudar radicalmente a Lei Orçamentária. Revertê-la para o povo", escreveu o líder da bancada do Partido Democrático (PD) na Câmara, Andrea Marcucci, pelo Twitter.

"Parece-me que essa Lei Orçamentária já é um fracasso. Ela tem um ar de rendição incondicional às exigências de Juncker e Moscovici e isso não é bom. A Lei Orçamentária tem de ser corrigida e nós dissemos isso há tempos, mas não é dizendo sempre sim à Comissão Europeia e fazendo cortes que vamos resolver os problemas, interessa-nos uma Lei Orçamentária que ajude as empresas a criarem empregos, investir em obras de infraestrutura e obter flexibilidade de Bruxelas para pagar as dívidas antigas da administração pública", disse Antonio Tajani, presidente do Parlamento Europeu.

"O governo negocia com Bruxelas somente com palavras. Nas emendas apresentadas não há referência à renda básica de cidadania, nem à cota 100 [projetos do governo responsáveis pelo aumento do déficit orçamentário]. A maioria diz que se trata de uma referência técnica e que tais argumentos serão apreciados pela Senado, mas a Câmara examina o quê? O governo deve mudar drástica e concretamente a Lei Orçamentária para evitar uma nova recessão e dar confiança às famílias e as empresas. Só assim o país poderá começar de novo", escreveu o secretário nacional do partido de ultra-direita União Democrata Cristã, Lorenzo Cesa.

Segundo o Istat, instituto de estatística italiano, a economia do país contraiu 0,1% no terceiro trimestre do ano, após 14 meses de crescimento.

Ansa - Brasil   
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