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Paquistão prende suspeito de ordenar ataques de 2008 em Mumbai

17 jul 2019 - 09h05
(atualizado às 09h08)
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Autoridades do Paquistão prenderam nesta quarta-feira Hafiz Saeed, o suposto mentor de um ataque militante de quatro dias à cidade indiana de Mumbai em 2008, sob acusações de financiamento do terrorismo, disse um porta-voz do governo da província de Punjab.

Hafiz Muhammad Saeed, chefe do Lashkar-e-Taiba 
20/07/2016
REUTERS/Caren Firouz
Hafiz Muhammad Saeed, chefe do Lashkar-e-Taiba 20/07/2016 REUTERS/Caren Firouz
Foto: Reuters

A prisão ocorreu dias antes de uma visita a Washington do primeiro-ministro paquistanês, Imran Khan, que prometeu reprimir grupos militantes que operam no Paquistão.

Saeed, designado pelos Estados Unidos e pela Organização das Nações Unidas (ONU) como terrorista, é o fundador do Lashkar-e-Taiba (LeT), ou Exército dos Puros, grupo militante que os EUA e a Índia culpam pelos ataques em Mumbai que mataram mais de 160 pessoas.

Ele negou qualquer envolvimento e disse que sua rede, que inclui 300 seminários e escolas, hospitais, uma editora e serviços de ambulância, não tem laços com grupos militantes.

Um porta-voz do governador do Punjab, Shahbaz Gill, disse que Saeed foi preso perto da cidade de Gujranwala, no centro do Paquistão.

"A principal acusação é que ele está arrecadando fundos para organizações proibidas, o que é ilegal", disse o porta-voz.

O Departamento de Contraterrorismo do Punjab disse em um comunicado que Saeed foi preso quando ia a um tribunal de Gujranwala para pedir uma fiança pré-prisão, mas que foi mantido sob custódia.

O Paquistão, que consta de uma lista da Força-Tarefa de Ação Financeira, uma agência que combate a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo, sofre uma pressão crescente para parar de custear grupos militantes.

Mas uma autoridade do governo indiano disse que simplesmente prender Saeed não basta e que ele deveria ser levado a julgamento e condenado.

"Queremos uma ação real, não estes tipos de medidas que são reversíveis. Uma corte ordena sua prisão, outra o liberta", disse o funcionário, que tem conhecimento profundo de questões diplomáticas com o Paquistão.

Ele disse que o sentimento em Nova Délhi é o de que o Paquistão está tomando medidas como estas por causa da viagem de Khan aos EUA, que ofereceram uma recompensa de 10 milhões de dólares por informações que levem à condenação de Saeed pelos ataques em Mumbai.

Em 2017, autoridades paquistanesas colocaram Saeed em prisão domiciliar e mais tarde o libertaram, já que ele foi absolvido das acusações que recebeu -- o que provocou críticas fortes de Washington e de Nova Délhi.

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