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Paquistão convoca embaixador dos EUA após tuíte raivoso de Trump

2 jan 2018 - 09h59
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O Paquistão convocou o embaixador dos Estados Unidos para prestar esclarecimentos em protesto contra um tuíte raivoso do presidente norte-americano, Donald Trump, sobre as "mentiras e falsidade" do governo paquistanês, mas o ministro das Relações Exteriores de Islamabad, Khawaja Asif, minimizou o rompante, que classificou como uma manobra política.

Embaixador dos Estados Unidos para o Paquistão, David Hale, durante pronunciamento em Karachi 26/06/2016 REUTERS/Akhtar Soomro
Embaixador dos Estados Unidos para o Paquistão, David Hale, durante pronunciamento em Karachi 26/06/2016 REUTERS/Akhtar Soomro
Foto: Reuters

O embaixador David Hale foi convocado pela chancelaria paquistanesa na segunda-feira para explicar o tuíte de Trump, segundo a mídia local. Um porta-voz da embaixada norte-americana na capital paquistanesa confirmou que a reunião aconteceu.

Na segunda-feira Trump disse que os EUA entregaram "tolamente" ao Paquistão mais de 33 bilhões de dólares em ajuda nos últimos 15 anos e que não foram recompensados com "nada além de mentiras e falsidade".

"Eles dão abrigo a terroristas que caçamos no Afeganistão, com pouca ajuda. Chega!", escreveu Trump no Twitter.

As palavras ásperas do presidente foram elogiadas pela Índia, inimiga antiga do Paquistão, e pelo vizinho Afeganistão, mas a China, aliada de longa data do Paquistão, defendeu o histórico de combate ao "terrorismo" do país.

Nesta terça-feira o primeiro-ministro paquistanês, Shahid Khaqan Abbasi, presidirá uma reunião de gabinete que se concentrará no tuíte de Trump, e na quarta-feira os principais chefes civis e militares do país se reunirão para debater a deterioração dos laços com os EUA.

As relações entre Washington e o Paquistão, um aliado hesitante, estão tensas há muitos anos devido ao suposto apoio de Islamabad aos militantes da rede Haqqani, que são aliados do Taliban afegão.

Os EUA também alegam que comandantes de alto escalão do Taliban afegão vivem em solo paquistanês. Em 2016 o então líder do Taliban, Mullah Mansour, foi morto durante um ataque de um drone norte-americano dentro do Paquistão, e em 2011 o líder da Al Qaeda, Osama bin Laden, foi encontrado e morto por tropas dos EUA na cidade paquistanesa de Abbottabad, que abriga uma guarnição.

Washington sinalizou ao Paquistão que cortará a ajuda e adotará outras medidas punitivas se Islamabad não parar de ajudar ou fazer vista grossa aos combatentes da Haqqani, que realizam ataques na fronteira com o Afeganistão.

Islamabad repudia a insinuação de que não está fazendo o suficiente na guerra contra a militância, dizendo que desde 2001 esta provocou mais estragos no Paquistão do que nos EUA, já que as baixas que sofreu nas mãos dos islâmicos chegam às milhares.

O chanceler Asif minimizou os comentários de Trump, que viu como uma manobra política provocada pela frustração com os fracassos dos EUA no Afeganistão, onde militantes do Taliban afegão vêm ganhando território e realizando grandes ataques.

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