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Papa pede política migratória comum na UE diante de 'egoísmo nacionalista'

4 dez 2021 - 11h47
(atualizado às 13h42)
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No primeiro dia de sua viagem pela Grécia, o papa Francisco pediu neste sábado (4) uma política comum para combater a crise de migrantes na Europa e lamentou que o continente seja "dilacerado por egoísmos nacionalistas".

O Pontífice denunciou o fato de a "Europa persistir em procrastinar" diante da chegada de migrantes "em vez de ser um motor de solidariedade".

Jorge Bergoglio destacou o impacto desta crise na população grega e lembrou que a Grécia "recebeu em algumas de suas ilhas um número de irmãos e irmãs migrantes superior ao dos próprios habitantes".

No entanto, "a Comunidade Europeia, dilacerada pelo egoísmo nacionalista, em vez de ser o motor da solidariedade, parece por vezes bloqueada e descoordenada".

A declaração foi dada diante da presidente da República, Katerina Sakellaropoulou, e do primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, e perante políticos, representantes da sociedade civil e do corpo diplomático.

Na ocasião, Francisco ressaltou que a questão migratória abriu brechas "entre o sul e o norte" da Europa, como acontecia anteriormente, por motivos ideológicos, entre leste e ocidente.

"Desejo apelar mais uma vez a uma visão de conjunto, comunitária, face à questão migratória, e encorajar a ter atenção aos mais necessitados para que, segundo as possibilidades de cada um dos países, sejam acolhidos, protegidos, promovidos e integrados no pleno respeito dos seus direitos humanos e da sua dignidade", apelou.

O Papa defendeu uma "convivência pacífica", com aqueles que são obrigados a fugir da sua terra, à procura "de casa e esperança". "São os protagonistas de uma terrível odisseia moderna", insistiu.

Por fim, Jorge Bergoglio recordou o impacto da pandemia, classificada como "a grande adversidade", que fez redescobrir "os frágeis e necessitados dos outros".

"Mesmo neste país é um desafio que envolve intervenções adequadas por parte das autoridades. Estou a pensar na necessidade da campanha de vacinação - e não alguns sacrifícios aos cidadãos", disse.

Segundo o religioso, "em meio a tanto esforço, porém, emergiu um notável sentido de solidariedade".

Falando da Grécia como a "memória da Europa", Francisco citou o texto do juramento de Hipócrates para afirmar que a "vida é um direito", criticando o que denominou de "cultura do descarte", em particular relativamente aos mais velhos e às crianças por nascer.

A viagem do Papa acontece até a próxima segunda-feira (6), incluindo este domingo uma passagem pela ilha de Lesbos, onde Francisco deve visitar um campo de refugiados.

Ansa - Brasil   
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