Papa lamenta ruptura entre direitos individuais e bem coletivo na Europa
O papa Francisco alertou para o foco excessivo nos direitos individuais e para as guerras culturais à custa do bem coletivo nesta segunda-feira, durante uma visita à Eslováquia, em meio ao aumento do nacionalismo e do sentimento anti-imigrante em todo o leste da Europa.
O papa de 84 anos está fazendo sua primeira viagem desde que passou por uma cirurgia intestinal em julho, e parece estar em boa forma. Indagado por um repórter nesta segunda-feira sobre como se sente, ele brincou: "Ainda vivo".
Na primeira visita papal à Eslováquia desde 2003, Francisco voltou a um tema que esboçou durante uma parada na Hungria no domingo ao falar sobre como as nações deveriam evitar uma mentalidade egoísta e defensiva, lembrando o passado comunista da região.
"Nestas terras, até poucas décadas atrás, um sistema de pensamento único (comunismo) sufocava a liberdade. Hoje, outro sistema de pensamento único está privando a liberdade de significado, reduzindo o progresso ao lucro e os direitos somente às necessidades individuais", disse Francisco.
Dirigindo-se à presidente eslovaca, Zuzana Caputova, a outras autoridades e a diplomatas nos jardins do palácio presidencial, o papa acrescentou: "A fraternidade é necessária para o processo cada vez mais urgente da integração (europeia)".
A integração eslovaca e de outros países do leste europeu à União Europeia coincide com uma reação nacionalista ao aumento da imigração ilegal, muitas vezes envolvendo muçulmanos do Oriente Médio e do Afeganistão.