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Papa lamenta que grávidas sofram rejeição no trabalho

Líder católico afirmou que a sociedade "deve se envergonhar" por esse tratamento às mulheres

14 mai 2021 - 10h50
(atualizado às 11h52)
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Papa Francisco
Papa Francisco
Foto: EPA / Ansa

O papa Francisco lamentou nesta sexta-feira, 14, que muitas mulheres precisam esconder a gravidez para que não sejam punidas de alguma forma pelo mercado de trabalho.

A fala ocorreu durante um evento virtual sobre natalidade promovido pelo Fórum das Associações Familiares da Itália e que também contou com a presença do premiê italiano, Mario Draghi.

"Penso com tristeza nas mulheres que, em seus trabalhos, são desencorajadas a terem filhos ou precisam esconder a barriga. Como é possível que uma mulher precise ter vergonha pelo dom mais belo que a vida pode oferecer? Não a mulher, mas a sociedade deve se envergonhar porque uma sociedade que não acolhe a vida deixa de viver. Os filhos são a esperança de fazer renascer um povo", disse o líder católico.

Citando o baixíssimo índice de nascimentos na Itália, Francisco saudou que o país tenha adotado o auxílio único e universal para cada filho que nascer. "Exprimo satisfação com as autoridades e desejo que esse auxílio venha ao encontro das necessidades concretas das famílias, que tantos sacrifícios já fizeram e estão fazendo, e que seja um sinal do início das reformas sociais que coloquem no centro os filhos e as famílias".

O premiê italiano destacou que é preciso que o Estado invista nas mulheres porque "a consciência da importância de ter filhos é um produto da melhora das condições das mulheres, e não antiético a sua emancipação".

"O Estado deve acompanhar essa consciência e continuar a investir nas melhorias das condições das mulheres. E colocar a sociedade - mulheres e homens - capazes de terem filhos", acrescentou Mario Draghi. 

O premiê ainda ressaltou que "uma Itália sem filhos é uma Itália que não acredita e não planeja, uma Itália destinada a envelhecer e desaparecer lentamente".

Segundo Draghi, o auxílio para as famílias é algo "histórico" e que entrará em vigor já em julho deste ano para os profissionais autônomos e desempregados. "Em 2022, nós estenderemos a todos os outros trabalhadores, que verão um aumento nos auxílios existentes", completou.

A lei do auxílio único e universal prevê o pagamento de até 250 euros (cerca de R$ 1.593) por filho menor de idade até que ele complete 21 anos. Para as famílias que tenham filhos com deficiências físicas ou mentais, o auxílio será vitalício e terá um acréscimo de 30% a 50% do valor.

A Itália acumula cinco anos consecutivos de queda no número de sua população, em fato que foi agravado pela pandemia de covid-19. Conforme documento divulgado pelo Instituto Nacional de Estatísticas (Istat), 2020 foi o ano que registrou a menor quantidade de nascimentos da história (pouco mais de 404 mil) e também o que mais registrou mortes desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

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Ansa - Brasil   
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