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Mundo

Papa envia carta a Assad e pede fim de 'catástrofe' em Idlib

Região rebelde é alvo de ofensiva das forças pró-governo

22 jul 2019 - 08h42
(atualizado às 08h48)
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O papa Francisco enviou uma carta ao presidente da Síria, Bashar al Assad, para expressar sua "profunda preocupação" com a "crise humanitária" no país, especialmente na região de Idlib, último bastião da oposição jihadista e alvo de uma ofensiva das forças do governo.

Papa Francisco durante a celebração do Angelus no Vaticano
Papa Francisco durante a celebração do Angelus no Vaticano
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

O envio da correspondência foi revelado nesta segunda-feira (22) pelo diretor da Sala de Imprensa do Vaticano, Matteo Bruni.

"Nesta manhã, em Damasco, o cardeal Peter Turkson, prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, acompanhado pelo cardeal Mario Zenari, núncio apostólico na Síria, e pelo subsecretário do dicastério, padre Nicola Riccardi, se encontrou com o presidente Bashar Hafez al Assad", disse.

Segundo Bruni, os representantes da Santa Sé entregaram a carta do líder católico nas mãos do presidente sírio. Mais tarde, o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, explicou que o documento pede para Assad "interromper a catástrofe humanitária" em Idlib, proteger a vida de civis, permitir o retorno de desalojados e oferecer "condições de humanidade" a presos políticos.

Além disso, cobra a retomada do diálogo para colocar fim a oito anos de guerra civil no país. "O Papa renovou seu apelo para que seja protegida a vida dos civis e sejam preservadas as principais infraestruturas, como escolas e hospitais. O que está ocorrendo é desumano e não pode ser aceito. O Santo Padre pede ao presidente que faça tudo o que for possível para parar essa catástrofe humanitária, para a proteção da população desamparada, no respeito do direito humanitário internacional", afirmou Parolin.

A região de Idlib é lar de cerca de 3 milhões de pessoas, das quais ao menos 1,3 milhão estariam desalojadas. Segundo o secretário de Estado, a iniciativa de Francisco não é "política" e tem como objetivo ajudar a Síria a reencontrar um "clima de fraternidade".

"O Papa usa três vezes a palavra 'reconciliação'. Esse é seu objetivo", acrescentou.

Mortes

Enquanto Assad recebia a carta escrita pelo Papa, um ataque aéreo das forças do governo matou pelo menos 16 pessoas na cidade de Maarate Anumane, na província de Idlib, segundo a ONG Observatório Sírio para os Direitos Humanos, baseada no Reino Unido.

A região é dividida entre rebeldes e jihadistas ligados à Al Qaeda na Síria e alvo desde abril de uma ofensiva do regime, com apoio da Força Aérea da Rússia.

Ansa - Brasil   
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