PUBLICIDADE

Mundo

Papa diz estar comprometido a pôr fim ao abuso sexual de freiras

5 fev 2019 - 18h44
Compartilhar
Exibir comentários

O papa Francisco, cujo pontificado tem sido marcado por esforços para pôr fim a uma crise global de abuso sexual de crianças por clérigos católicos, disse nesta terça-feira estar comprometido a acabar com o abuso de freiras por parte de bispos, alguns dos quais têm usado as mulheres como escravas sexuais.

Papa Francisco celebra missa em Abu Dhabi
05/02/2019 REUTERS/Tony Gentile
Papa Francisco celebra missa em Abu Dhabi 05/02/2019 REUTERS/Tony Gentile
Foto: Reuters

Francisco fez os comentários a bordo do avião papal retornando de Abu Dhabi, em resposta à pergunta de um repórter sobre um artigo publicado na semana passada em uma revista mensal sobre o Vaticano que abordou o abuso de freiras na Igreja Católica.

Recentemente, cada vez mais freiras, encorajadas pelo movimento Me Too, têm denunciado abusos que sofreram nas mãos de padres e bispos. No ano passado, a União Internacional de Superioras Gerais, que representa mais de 500 mil freiras católicas, pediu que suas integrantes denunciassem casos de abuso.

"É verdade… há padres e até bispos que fizeram isso. Eu acho que ainda está acontecendo, porque uma coisa não acaba simplesmente porque nos tornamos cientes dela", disse Francisco.

"Nós temos trabalhado nisso há bastante tempo. Nós temos suspendido alguns padres devido a isso", disse, acrescentando que o Vaticano está no processo de fechar uma ordem religiosa feminina devido a casos de abuso sexual e corrupção. Francisco não identificou a ordem.

"Eu não posso dizer 'isso não acontece na minha casa'. É verdade. Nós precisamos fazer mais? Sim. Estamos dispostos? Sim", disse.

Francisco disse que o ex-papa Bento 16 acabou com uma ordem religiosa de mulheres pouco depois de ser eleito papa em 2005 "porque a escravidão havia se tornado parte (da ordem), até a escravidão sexual por parte de padres e do fundador". O papa não identificou o grupo, mas o porta-voz do Vaticano, Alessandro Gisotti, disse que era uma ordem francesa.

Antes de se tornar papa, Bento 16 era o cardeal Joseph Ratzinger, chefe da Congregação para a Doutrina da Fé, o departamento do Vaticano que investiga casos de abuso sexual. O papa da época era João Paulo 2º.

O então cardeal Ratzinger queria investigar a ordem religiosa onde mulheres estavam sendo abusadas, mas foi impedido, disse Francisco, sem dizer quem interrompeu o inquérito.

Após se tornar papa, Ratzinger reabriu a investigação e fechou a ordem, disse.

Reuters Reuters - Esta publicação inclusive informação e dados são de propriedade intelectual de Reuters. Fica expresamente proibido seu uso ou de seu nome sem a prévia autorização de Reuters. Todos os direitos reservados.
Compartilhar
Publicidade
Publicidade