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Papa defende agências de notícias como antídoto contra fake news

Leão XIV enfatizou a necessidade de uma 'informação livre'

9 out 2025 - 09h03
(atualizado às 10h36)
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O papa Leão XIV defendeu esta quinta-feira (9) que as agências de notícias devem funcionar como "antídoto" contra a proliferação da "informação lixo", propondo a criação de "uma barreira" contra quem usa a mentira para dividir as sociedades.

Papa se reuniu com representantes de agências de notícias
Papa se reuniu com representantes de agências de notícias
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

A declaração foi dada durante uma audiência no Palácio Apostólico com representantes de 26 agências de notícias da Europa, América, Ásia e Oceania por ocasião da 39ª Conferência Internacional Minds (Media Innovation Network), incluindo a ANSA.

"A informação livre é um pilar que sustenta a construção das nossas sociedades e, por isso, somos chamados a defendê-la e garanti-la", afirmou.

Em seu discurso, Leão XIV lembrou que "a informação é um bem público que todos devemos proteger" e os jornalistas das agências de notícias são "chamados a ser os primeiros na área".

"Quem trabalha em uma agência precisa escrever rápido, sob pressão, mesmo em situações muito complexas e dramáticas. Mais uma razão para que seu trabalho seja valioso e um antídoto à proliferação de informações 'lixo'", incentivou.

Para o Papa, o serviço dos jornalistas "é inestimável" e, com um trabalho "paciente e rigoroso", eles "podem atuar como uma barreira para aqueles que, por meio da antiga arte da mentira, buscam criar conflitos para governar dividindo; um bastião da civilidade contra a areia movediça da pós-verdade".

"As agências de notícias estão na linha de frente, chamadas a atuar no atual contexto comunicacional segundo princípios ? infelizmente nem sempre compartilhados ? que aliam a sustentabilidade econômica da empresa à proteção do direito à informação precisa e diversa", afirmou.

O Pontífice destacou ainda algumas ameaças que pairam sobre o setor da informação e os negócios da mídia, como a ascensão das redes sociais e a desinformação.

"Poderíamos definir como um paradoxo que, na era da comunicação, as agências de notícias estejam passando por um período de crise. E que até mesmo os usuários da informação estejam em crise, muitas vezes confundindo falsidade com verdade", lamentou.

Por isso, Robert Prevost pediu para "libertar a comunicação da poluição cognitiva que a corrompe, da concorrência desleal e da degradação do chamado clickbait", isto é, das manchetes enganosas que tentam capturar a atenção do público.

Ao longo do discurso, Leão XIV também destacou que "todos os dias há repórteres que arriscam a vida para que as pessoas saibam o que está acontecendo". "E em um tempo como o nosso, de conflito violento e generalizado, aqueles que caem no chão são muitos: vítimas da guerra e da ideologia da guerra, que busca impedir os jornalistas de estarem presentes. Não devemos esquecê-los! Se hoje sabemos o que aconteceu em Gaza, na Ucrânia e em todas as outras terras ensanguentadas por bombas, devemos isso em grande parte a eles", enfatizou.

O líder da Igreja Católica reforçou que "esses testemunhos extremos são o ápice do trabalho diário de tantos que atuam para garantir que a informação não seja contaminada por outras agendas, contrárias à verdade e à dignidade humana".

Desta forma, renovou seu apelo à liberdade dos jornalistas "injustamente perseguidos e presos por tentarem fazer uma reportagem": "Reitero este pedido hoje. Ser jornalista nunca pode ser considerado um crime, mas sim um direito a ser protegido".

Por fim, o norte-americano abordou a questão da Inteligência Artificial, que pode revolucionar o futuro da comunicação, mas alertou para o risco de os algoritmos ficarem nas mãos de poucos.

"Quem os controla? A inteligência artificial está mudando a maneira como obtemos informações e nos comunicamos, mas quem a direciona e para quais propósitos? Precisamos estar vigilantes para que a tecnologia não substitua os humanos e para que a informação ? e os algoritmos que a governam hoje ? não acabe nas mãos de poucos", reforçou.

Ansa - Brasil
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