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Papa defende acordo com China sobre bispos e diz que ele terá palavra final em relação a nomes

25 set 2018 - 20h53
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O papa Francisco defendeu nesta terça-feira um acordo histórico entre o Vaticano e a China para a indicação de bispos, dizendo que ele, e não o governo de Pequim, terá a palavra final sobre quem será nomeado. 

Papa Francisco fala com a mídia no avião
 25/9/2018   REUTERS/Max Rossi
Papa Francisco fala com a mídia no avião 25/9/2018 REUTERS/Max Rossi
Foto: Reuters

Em seus primeiros comentários públicos sobre o acordo assinado com Pequim no último sábado, o papa disse a jornalistas em seu avião que retornava de uma viagem aos países Bálticos que, embora ele entenda que nem todo mundo compreenderá a lógica por trás do acordo, ele está confiante na "grande fé" dos católicos chineses. 

"Não é que o governo vá nomeá-los. É um diálogo. Mas o papa irá apontá-los. Que isso fique claro", disse Francisco sobre o acordo, que está sendo elaborado há mais de 10 anos. 

O acordo dá ao Vaticano uma escolha há muito tempo almejada sobre os bispos na China, embora críticos tenham rotulado o acordo como uma concessão ao governo comunista. 

No futuro, novos bispos serão primeiro sugeridos por membros de comunidades locais católicas juntamente com autoridades chinesas. Os nomes então serão enviados ao Vaticano. 

A China tem aproximadamente 12 milhões de católicos que estão divididos entre uma igreja secreta que é leal ao Vaticano e a Associação Católica Patriótica, supervisionada pelo Estado. O Vaticano diz que a ausência de um acordo poderia levar a um cisma entre os católicos chineses que seria difícil de ser curado. 

"Eu penso na persistência dos católicos que sofreram. É verdade que eles vão sofrer. Há sempre sofrimento em um acordo, mas eles têm muita fé", disse o papa. 

Com o acordo, que ambos os lados dizem ser provisório, o governo chinês efetivamente reconhece o papa como o líder de todos os católicos na China. 

Mesmo antes da assinatura, a perspectiva de tal acordo havia dividido comunidades de católicos por toda a China, alguns dos quais temem maior repressão caso o Vaticano ceda mais controle a Pequim. 

O papa tentou aliviar os temores, dizendo que "quando há um acordo de paz ou uma negociação, ambos os lados perdem alguma coisa (...) e seguiremos adiante". 

"Isso não foi improviso. É uma jornada, uma jornada real". 

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