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Papa compara fazer um aborto a "contratar um matador de aluguel"

10 out 2018 - 12h01
(atualizado às 12h04)
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O papa Francisco comparou fazer um aborto a "contratar um matador de aluguel" para eliminar uma pessoa problemática nesta quarta-feira, em declaração que certamente será bem recebida por católicos conservadores que acusaram o pontífice de não se posicionar o bastante sobre tópicos da "guerra cultural".

Papa Francisco em Roma 
11/08/2018 
REUTERS/Max Rossi
Papa Francisco em Roma 11/08/2018 REUTERS/Max Rossi
Foto: Reuters

O aborto é uma batalha política intensa em vários países, inclusive nos Estados Unidos, onde muitos conservadores esperam que a Suprema Corte  acabe revertendo o veredicto histórico de 1973 conhecido como Roe versus Wade, que legalizou o aborto.

Francisco fez os comentários sobre o aborto, alguns de seus mais contundentes até hoje, ao se dirigir a dezenas de milhares de pessoas reunidas na Praça São Pedro para sua audiência geral semanal.

O papa denunciou o que chamou de contradição de se permitir "a supressão da vida humana no ventre da mãe em nome da salvaguarda de outros direitos".

"Mas como um ato que suprime uma vida inocente e impotente que está germinando pode ser terapêutico, civilizado ou mesmo simplesmente humano?", disse ele.

"Pergunto a vocês: é certo 'tirar' uma vida humana para resolver um problema? O que vocês pensam? É certo? É certo ou não?", indagou ele de improviso.

Muitos presentes gritaram "Não".

"É certo contratar um matador de aluguel para resolver um problema? Você não pode, não é certo matar um ser humano, não importa quão pequeno seja, para resolver um problema. É como contratar um matador de aluguel para resolver um problema", disse.

A Igreja Católica ensina que a vida começa no momento da concepção e termina no momento da morte natural. Ela também proíbe a eutanásia, mas diz que um familiar ou paciente pode decidir parar de recorrer a meios extraordinários para manter uma pessoa vida.

Pouco depois de se tornar papa, em março de 2013, Francisco pareceu minimizar a importância de temas da "guerra cultural", como o aborto, a contracepção e o casamento gay, dizendo em uma entrevista que a Igreja se tornou "obcecada" por eles.

"Não é necessário falar sobre estas questões o tempo todo", afirmou ele na entrevista, acrescentando que a posição da Igreja a respeito delas é muito clara e que esta também tem que abordar questões sociais como a pobreza, a injustiça e a imigração.

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