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Nações não reconhecem independência da Catalunha

EUA, Alemanha, França e Reino Unido estão entre as nações que criticaram declaração de independência pelo Parlamento catalão.

27 out 2017 - 17h37
(atualizado às 18h35)
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Após o Parlamento da Catalunha aprovar a independência da região, nesta sexta-feira (27/10), vários países se manifestaram para afirmar que não reconhecerão a decisão dos separatistas e reiterar apoio ao governo da Espanha.

Catalães comemoram declaração de independência da Espanha em Barcelona
  27/10/2017    REUTERS/Juan Medina
Catalães comemoram declaração de independência da Espanha em Barcelona 27/10/2017 REUTERS/Juan Medina
Foto: Reuters

A União Europeia (UE) foi a primeira a criticar a manobra do governo regional catalão. O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, afirmou que a Espanha continuava sendo a única interlocutora do bloco.

"Para a UE, nada mudou. A Espanha continua a ser a nossa única interlocutora", escreveu Tusk na sua conta do Twitter. Ele ainda pediu ao governo espanhol para escolher "a força do argumento e não o argumento da força".

Pouco tempo depois foi a vez de o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, rejeitar a independência catalã, argumentando que a UE não precisa de mais fraturas. Já o presidente do Parlamento europeu, Antonio Tajani, classificou a manobra como "uma violação do Estado de Direito". Tajani ressaltou que ninguém, na União Europeia, reconhecerá a declaração unilateral.

Depois da UE, os Estados Unidos foram um dos primeiros países a se manifestar sobre a decisão do Parlamento catalão. O Departamento de Estado dos EUA afirmou que a Catalunha é uma "parte integral" da Espanha e destacou que o governo americano apoia as medidas tomadas pelo Executivo liderado por Mariano Rajoy.

"A Catalunha é uma parte integral da Espanha, e os EUA apoiam as medidas constitucionais do governo espanhol para manter a Espanha forte e unida", disse a porta-voz do Departamento de Estado, Heather Nauert.

Tom semelhante foi adotado pela Alemanha. O porta-voz do governo alemão, Steffen Seibert, afirmou que seu país apoia a "clara postura" do presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, em defesa da "ordem constitucional".

Seibert ressaltou ainda que a soberania e a integridade territoriais da Espanha são e se mantêm invioláveis. "Uma declaração unilateral de independência viola esses princípios protegidos", acrescentou.

O governo alemão destacou que vê com preocupação o novo agravamento da situação na Catalunha, com a "violação da Constituição por parte do parlamento regional catalão".

A França também rejeitou a declaração de independência. O ministro do Exterior francês, Jean-Yves Le Drian, reiterou que o único interlocutor de Paris referente a esta região é o governo da Espanha em Madri e pediu respeito à Constituição espanhola.

"Nesse quadro [o da Constituição espanhola], que é o que corresponde ao Estado de Direito, é que deve ser tratada a questão catalã. Essa é a razão pela qual a França não reconhece a declaração de independência que acaba de ser aprovada no Parlamento catalão", ressaltou Le Drian.

O governo britânico afirmou que a medida catalã foi baseada numa votação declarada ilegal pela Justiça espanhola. "O Reino Unido não reconhece e nem vai reconhecer a declaração unilateral de independência feita pelo Parlamento regional catalão", disse a primeira-ministra Theresa May. "Queremos ver a lei respeitada, a Constituição espanhola respeitada e a unidade espanhola respeitada", concluiu.

A Itália também se uniu às vozes que criticaram a manobra. "A Itália não reconhece nem reconhecerá a declaração unilateral de independência proclamada pelo Parlamento regional da Catalunha. Trata-se, de fato, de um gesto gravíssimo e fora da lei", afirmou o ministro do Exterior italiano, Angelino Alfano.

O Canadá, Chipre e a Sérvia também afirmaram que não reconhecem a independência catalã e manifestaram apoio ao governo espanhol.

Parlamento da Catalunha aprova independência da região:

O Parlamento regional da Catalunha aprovou nesta sexta-feira, em Barcelona, a independência da região e a separação da Espanha numa votação secreta sem a presença dos principais partidos que se opõem à proposta, que abandonaram a sala minutos antes. A resolução insta o governo a tomar as medidas necessárias para criar o marco legal de uma república soberana e independente da Espanha.

Em reação, Madri aprovou a dissolução do Parlamento da Catalunha e a convocação de eleição nesta região para 21 de dezembro.

Deutsche Welle A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas.
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