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Mundo

Países da UE cobram Itália por prisão de capitã alemã

Carola Rackete forçou entrada em porto com navio de migrantes

29 jun 2019 - 13h47
(atualizado às 19h56)
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Representantes de países da União Europeia cobraram publicamente a Itália por causa da prisão da alemã Carola Rackete, capitã do navio da ONG Sea Watch e que forçou a entrada no porto de Lampedusa para desembarcar 40 migrantes resgatados no Mediterrâneo.

Protesto promovido pela Prefeitura de Nápoles pede libertação de Carola Rackete
Protesto promovido pela Prefeitura de Nápoles pede libertação de Carola Rackete
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

Rackete está em regime domiciliar e foi acusada formalmente de "violência contra navio oficial" - crime passível de penas de até 10 anos de prisão - por ter espremido um barco da Guarda de Finanças em um cais ao entrar no porto.

Em seu perfil no Facebook, o ministro das Relações Exteriores de Luxemburgo, Jean Asselborn, publicou uma carta aberta ao chanceler da Itália, Enzo Moavero, pedindo a libertação da capitã alemã. "Salvar vidas humanas é um dever e jamais será delito ou crime. Ao contrário, não salvar é que é. Como em outras vezes, Luxemburgo permanecerá solidário à Itália no que diz respeito à repartição dos migrantes salvos pelas ONGs no Mediterrâneo", escreveu.

Já o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Mass, disse que salvar vidas é um "dever humanitário" e que o resgate de migrantes no mar "não pode ser criminalizado". "Cabe à Justiça italiana esclarecer as acusações", reforçou. Rackete também é investigada por favorecimento à imigração clandestina.

Por sua vez, o ministro do Interior da França, Christophe Castaner, afirmou que a decisão da Itália de fechar os portos para pessoas resgatadas no mar é uma "violação do direito internacional". Apesar disso, ele cobrou solidariedade dos Estados-membros da União Europeia.

O navio da ONG Sea Watch resgatou 53 pessoas em 12 de junho, e 13 delas receberam permissão para desembarcar na Itália por motivos médicos. As outras 40 só deixaram o navio após 17 dias de espera, quando Rackete forçou a entrada em Lampedusa.

As normas internacionais de direito marítimo determinam que pessoas salvas no mar sejam levadas ao porto seguro mais perto, peso que acaba recaindo sobre a Itália devido à sua proximidade com o norte da África.

Ansa - Brasil   
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