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Países da OEA negociam resolução sobre Venezuela na Assembleia em Cancún

20 jun 2017 - 15h11
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Um grupo de países da Organização dos Estados Americanos (OEA) liderado pelo México negocia um projeto de resolução sobre a crise da Venezuela para aprová-lo na 47ª Assembleia Geral de Cancún, após não conseguir acordo ontem em uma reunião de chanceleres.

Essas nações, entre elas as mais potentes da região como Estados Unidos, Canadá e Brasil, tentam convencer pelo menos três países a se somarem aos 20 que ontem apoiaram sua proposta e assim reunir uma maioria incontestável de dois terços, segundo explicaram à Agência Efe várias fontes diplomáticas.

De acordo com o regulamento da Assembleia, só seriam necessários 18 votos, mas o grupo quer mostrar que tem o apoio requerido na reunião de chanceleres, de dois terços dos 34 Estados representados nesse encontro.

Ainda não há uma proposta final de texto, mas este pode ser similar ao que foi votado na segunda-feira sem sucesso, rebaixado talvez para conseguir o apoio de nações para as demandas que, como a cessação da Assembleia Nacional Constituinte ou a liberdade dos políticos presos, não são assumptíveis.

Os pontos que sem dúvida estariam incluídos são o pedido ao governo venezuelano para que inicie um novo processo de diálogo com a oposição, acompanhado por um grupo de países ou outro mecanismo, bem como para abrir um canal humanitário.

O grupo liderado pelo México manteve reuniões tanto ontem à noite quanto hoje de manhã para que a Assembleia Geral de Cancún, que termina amanhã, não se encerre sem um grande acordo regional com propostas sobre a crise venezuelana.

Alguns dos países que trabalham para convencer são Trinidad e Tobago, Granada, El Salvador e Haiti, explicaram à Efe fontes diplomáticas.

No início da reunião de chanceleres de ontem sobre a crise da Venezuela, o grupo de 14 países liderado pelo México confiava em ter os 23 apoios necessários, mas acabou conseguindo 20.

O Caribe está dividido entre os países que são críticos à Venezuela - Bahamas, Guiana, Barbados, Jamaica, Belize e Santa Lúcia, que apoiaram esse texto - e os que seguem fiéis ao chavismo, que lhes subvencionou petróleo durante anos com a Petrocaribe.

Tanto o grupo dos 14 como a Venezuela fazem há meses um intenso trabalho diplomático para tentar inclinar a balança para seu lado, mas por enquanto a profunda divisão da OEA sobre o tema bloqueia qualquer acordo com propostas de projeto.

Isso é o que ocorreu ontem, quando a proposta deste grupo fracassou com 20 votos a favor, oito abstenções, cinco contra e uma ausência - a da Venezuela -, enquanto a de São Vicente e Granadinas - aliado de Caracas - conseguiu oito apoios, 11 abstenções, 14 rejeições e a mesma ausência.

EFE   
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