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Pais argentinos e filho recém-nascido, separados por 13.000km devido ao coronavírus

18 mai 2020 - 13h52
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José Pérez e Flavia Lavorino, de Buenos Aires, ainda não conheceram seu bebê Manu, nascido através de barriga de aluguel em Kiev, a 13.000 quilômetros de distância, numa época em que as quarentenas e fechamentos obrigatórios de fronteiras em todo o mundo impedem que os novos pais viajem para encontrar o filho.

Enfermeira cuida de bebê no Hotel Venice, da clínica BioTexCom, em Kiev, na Ucrânia
14/05/2020
 REUTERS/Gleb Garanich
Enfermeira cuida de bebê no Hotel Venice, da clínica BioTexCom, em Kiev, na Ucrânia 14/05/2020 REUTERS/Gleb Garanich
Foto: Reuters

O casal, que só viu Manu em fotos e vídeos, está tentando encontrar uma maneira de chegar à Ucrânia, lutando para obter permissão depois que o país proibiu a entrada de cidadãos estrangeiros desde março.

Os argentinos se somam a dezenas de casais na Europa e nos Estados Unidos que ainda não conseguiram encontrar seus bebês nascidos em barrigas de aluguel na Ucrânia, país onde esse método é legal.

"Qualquer pai que imagina seu filho longe sabe a angústia e a dor", disse Pérez à Reuters em Buenos Aires.

"É uma situação muito difícil. Recebemos fotos e vídeos de Manu uma vez por semana. Fizeram uma chamada de vídeo no aniversário de um mês, mas é muito difícil".

O Hotel Venice, onde estão Manu e outros bebês de aluguel, pertence à clínica BioTexCom, que divulgou vídeos e imagens dos bebês para alertar sobre a situação e instar o governo ucraniano a responder mais rapidamente.

O governo diz que só pode permitir que os pais entrem na Ucrânia se receber um pedido da embaixada relevante.

Lavorino disse que a frustração do casal estava piorando ao ver sinais de mais voos sendo abertos e outros casais sendo autorizados a chegar a Kiev com ajuda diplomática.

"Não entendemos qual é o problema, ainda nem nos deram uma resposta lógica para explicar por que isso não pode ser articulado. Existem voos", afirmou.

"Há um mês, fomos informados de que nem um único voo chegava a Kiev. Ok, impossível então, mas agora não, agora os aviões chegam".

Em todo o mundo pessoas estão presas em quarentenas obrigatórias devido à pandemia de coronavírus, que causou cerca de 313 mil mortes e infectou quase 5 milhões de pessoas.

Para Pérez e Lavorino, estar a meio mundo de distância de seu recém-nascido, Manu, tem sido o mais difícil.

"Em algum momento nos disseram extraoficialmente que estão lidando principalmente com os mais vulneráveis. Eu me pergunto, um bebê de 47 dias, ele não é vulnerável? Eu acho que ele é", disse Pérez.

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