Rússia se opõe a sanções "traumáticas" contra Irã
O Governo da Rússia disse nesta quinta-feira que se opõe terminantemente à adoção de sanções "traumáticas" contra a economia do Irã. "Falar de sanções agora, ainda mais de uma votação no Conselho de Segurança da ONU, é prematuro. A Rússia considera inaceitável tal postura", declarou uma fonte diplomática à agência Interfax.
A fonte ressaltou que, caso as sanções sejam aprovadas por Estados Unidos e União Europeia (UE), deveriam se concentrar exclusivamente no programa nuclear iraniano, sem se estender ao resto da indústria e da economia do Irã.
Além disso, destacou que "ainda não há consenso" sobre a aprovação de sanções contra Teerã na ONU dentro do chamado 'grupo dos seis', formado pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (EUA, China, Rússia, Reino Unido e França) mais a Alemanha.
A Chancelaria russa demonstrou nesta semana estar "decepcionada" com a decisão do Irã de começar a enriquecer urânio em seu território em vez de fazê-lo no exterior, como foi proposto pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
A Rússia está convencida de que esse plano "teria representado um passo significativo para a recuperação da confiança no fim exclusivamente pacífico do programa nuclear iraniano".
Segundo a iniciativa da AIEA, a Rússia enriqueceria o urânio iraniano e o enviaria à França, onde seria transformado em barras.
A estimativa é de que o Irã armazena 1.500 quilos de urânio enriquecido na usina de Natanz, na região central do país, dos quais teria que entregar 1.200 quilos.