PUBLICIDADE

Oriente Médio

Processo em NY acusa Irã de participar diretamente do 11/9

20 mai 2011 - 18h50
(atualizado às 19h50)
Compartilhar

Um grupo de familiares de sete vítimas dos atentados do 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos apresentou um processo em um tribunal de Nova York no qual supostamente oferece provas "claras e convincentes" de que o Irã esteve "diretamente envolvido" nos ataques terroristas. Segundo os documentos apresentados no Tribunal do Distrito Sul de Nova York que podem ser vistos nos registros eletrônicos do sistema judiciário americano, "o Irã forneceu material à Al-Qaeda antes, durante e depois dos trágicos acontecimentos de 11 de setembro de 2001, especialmente facilitando viagens e oferecendo-lhes refúgio".

Os documentos asseguram a existência de testemunhos de antigos membros dos serviços de inteligência iranianos que confirmam a "direta participação de altos oficiais do governo do Irã no planejamento e preparação dos ataques". Os testemunhos dos ex-oficiais iranianos, cujos nomes não foram revelados, serão apresentados sob segredo como prova-chave do processo, que busca uma compensação para os parentes das sete vítimas.

"Hoje, quase uma década depois dos ataques que levaram a vida de tantos de nossos entes queridos, achamos que as famílias das vítimas e todos os americanos merecem saber a absoluta verdade sobre a cumplicidade do Irã", disse em comunicado um dos advogados das vítimas, Thomas Mellon. Os litigantes afirmam que Imad Mugniyah, que era chefe do grupo libanês Hezbollah até ser assassinado na Síria em 2008, foi a principal ligação entre os líderes iranianos e a Al-Qaeda, de modo que Mugniyah "exerceu um papel ativo no planejamento dos atentados".

Segundo os testemunhos dos ex-oficiais iranianos, Mugniyah e altos comandantes do governo iraniano ajudaram a líderes da Al-Qaeda a escapar do Afeganistão quando os Estados Unidos entraram no país após os atentados, e ainda ofereceram refúgio no Irã. "Encontrar as provas do envolvimento do Irã com a Al-Qaeda nos acontecimentos de 11 de setembro é como montar um grande quebra-cabeças onde muitas das peças desapareceram e nunca serão achadas. De qualquer forma, a imagem de cumplicidade do Irã e o Hezbollah não pode ser rebatida seriamente", afirmou o advogado dos litigantes.

Mellon acrescentou que o processo se baseia em entrevistas com dezenas de pessoas ao longo de nove anos, e também na revisão de centenas de documentos e na consulta a diferentes especialistas, entre eles os responsáveis da comissão parlamentar americana que investigou os ataques.

Em fevereiro de 2002, este mesmo grupo de familiares de vítimas apresentou um processo em Washington contra Osama bin Laden, Iraque, Irã e numerosos bancos na busca de uma compensação econômica de cerca de US$ 100 bilhões, na qual pediam também o congelamento de todos os fundos dessas entidades para evitar que fossem usados por grupos terroristas para realizar atentados.

EFE   
Compartilhar
Publicidade