Opositores sírios condenam interferência da Al-Qaeda em revolta
A Comissão Geral da revolução síria, que integra a oposição ao regime de Bashar al-Assad, criticou nesta segunda-feira o apoio do líder da Al-Qaeda a sua revolta, que qualificou como "interferência".
Luta por liberdade revoluciona norte africano e península arábica
O chefe da Al-Qaeda, Ayman al-Zawahiri, manifestou apoio ao protesto na Síria em uma gravação de vídeo emitida em fóruns jihadistas, informou no domingo o centro americano de vigilância de páginas islâmicas na internet, Site.
"Condenamos categoricamente estas declarações e qualquer tentativa de interferência da Al-Qaeda em nossa revolução", afirma a Comissão Geral em sua página no Facebook. "Somos um povo que luta por sua liberdade e dignidade e por um Estado democrático", relembra.
A coalizão, criada em agosto de 2011, pretende unir a oposição no plano político e abrir terreno para promover a queda do regime de Assad.
Damasco de Assad desafia oposição, Primavera e Ocidente
Após derrubar os governos de Tunísia e Egito e de sobreviver a uma guerra na Líbia, a Primavera Árabe vive na Síria um de seus episódios mais complexos. Foi em meados do primeiro semestre de 2011 que sírios começaram a sair às ruas para pedir reformas políticas e mesmo a renúncia do presidente Bashar al-Assad, mas, aos poucos, os protestos começaram a ser desafiados por uma repressão crescente que coloca em xeque tanto o governo de Damasco como a própria situação da oposição da Síria.
A partir junho de 2011, a situação síria, mais sinuosa e fechada que as de Tunísia e Egito, começou a ficar exposta. Crise de refugiados na Turquia e ataques às embaixadas dos EUA e França em Damasco expandiram a repercussão e o tom das críticas do Ocidente. Em agosto a situação mudou de perspectiva e, após a Turquia tomar posição, os vizinhos romperam o silêncio. A Liga Árabe, principal representação das nações árabes, manifestou-se sobre a crise e posteriormente decidiu pela suspensão da Síria do grupo, aumentando ainda mais a pressão ocidental, ancorada pela ONU.
Mas Damasco resiste. Observadores árabes foram enviados ao país para investigar o massacre de opositores - já organizados e dispondo de um exército composto por desertores das forças de Assad -, sem surtir efeito. No início de fevereiro de 2012, quando completavam-se 30 anos do massacre de Hama, o as forças de Assad investiram contra Homs, reduto da oposição. Pouco depois, a ONU preparou um plano que negociava a saída pacífica de Assad, mas Rússia e China vetaram a resolução, frustrando qualquer chance de intervenção, que já era complicada. A ONU estima que pelo menos 5 mil pessoas já tenham morrido na Síria.