A ONU esclareceu nesta sexta-feira que não haverá um relatório preliminar dos inspetores que investigam as denúncias de um ataque químico na semana passada aos arredores de Damasco, e esperarão as análises científicas para apresentar um relatório.
"Quero esclarecer alguns mitos que estão circulando. Os analistas não apresentarão um relatório preliminar, haverá relatório quando forem concluídas as análises das evidências recolhidas", disse hoje à imprensa o porta-voz da ONU, Martin Nesirky.
O porta-voz explicou que antes de falar sobre suas investigações, os analistas precisam fazer análises científicas das provas coletadas nos últimos dias, um processo "complexo" que deve acontecer em laboratórios e que será feito "o mais rápido possível", sem definir uma data concreta.
"O importante aqui é que agora a equipe de analistas encerrou a coleta de mostras e provas do ataque de 21 de agosto e estão fazendo as malas e sairão amanhã de Damasco", disse o porta-voz.
Nesirky detalhou que uma vez concluído o processo científico, "o mais rápido possível", apresentarão a Ban um relatório que compartilhará com os Estados-membros, e depois continuarão investigando o resto das denúncias de ataques químicos e haverá um "relatório final completo".
Os cientistas voltarão a Haia, sede da Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq), para levar as amostras a vários laboratórios, um processo que o representante do grupo, o professor sueco Ake Sellström, supervisionará pessoalmente.
Por sua vez, a alta representante para Assuntos de Desarmamento, Angela Kane, já deixou a Síria com destino a Nova York, onde amanhã terá um encontro com o secretário-geral para falar sobre o trabalho dos inspetores, acrescentou o porta-voz.
Hoje, o governo sírio transmitiu a Ban sua rejeição a "qualquer relatório parcial" da ONU antes que seus analistas concluam sua missão na Síria, onde pediu que visitem as zonas nas quais seus soldados foram afetados por gases tóxicos.
Enquanto isso, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, está reunido com sua equipe de segurança nacional para analisar o suposto uso de armas químicas por parte do regime no ataque contra civis de 21 de agosto na periferia de Damasco.
O governo americano divulgou nesta sexta-feira um relatório de inteligência que estabelece que 1.429 pessoas, entre elas pelo menos 426 crianças, morreram no ataque com armas químicas de 21 de agosto passado na periferia de Damasco e atribui essa ação ao regime sírio.
A Coalizão Nacional Síria (CNFROS) denunciou na semana passada que pelo menos 1.300 pessoas morreram nesse ataque lançado pelo exército sírio, acusações que foram imediatamente negadas pelas autoridades do regime.
Menino vítima de ataque com armas químicas recebe oxigênio
Foto: Reuters
Menina é atendida em hospital improvisado após o ataque
Foto: AP
Homens recebem socorro após o ataque com arma químicas, relatado pela oposição e ativistas
Foto: AP
Mulher que, segundo a oposição, foi morta em ataque com gases tóxicos
Foto: AFP
Homens e bebês, lado a lado, entre as vítimas do massacre
Foto: AFP
Corpos são enfileirados no subúrbio de Damasco
Foto: AFP
Muitas crianças estão entre as vítimas, de acordo com imagens divulgadas pela oposição ao regime de Assad
Foto: AP
Corpos das vítimas, reunidos após o ataque químico
Foto: AP
Imagens divulgadas pela oposição mostram corpos de vítimas, muitas delas crianças, espalhados pelo chão
Foto: AFP
Meninas que sobreviveram ao ataque com gás tóxico recebem atendimento em uma mesquita
Foto: Reuters
Ainda em desespero, crianças que escaparam da morte são atendidas em mesquita no bairro de Duma
Foto: Reuters
Menino chora após o ataque que, segundo a oposição, deixou centenas de mortos em Damasco
Foto: Reuters
Após o ataque com armas químicas, homem corre com criança nos braços
Foto: Reuters
Criança recebe atendimento em um hospital improvisado
Foto: Reuters
Foto do Comitê Local de Arbeen, órgão da oposição síria, mostra homem e mulher chorando sobre corpos de vítimas do suposto ataque químico das forças de segurança do presidente Bashar al-Assad
Foto: Local Committee of Arbeen / AP
Nesta fotografia do Comitê Local de Arbeen, cidadãos sírios tentam identificar os mortos do suposto ataque químico das forças de segurança do presidente Bashar al-Assad
Foto: Local Committee of Arbeen / AP
Homens esperam por atendimento após o suposto ataque químico das forças de segurança da Síria na cidade de Douma, na periferia de Damasco; a fotografia é do escrtitório de comunicação de Douma
Foto: Media Office Of Douma City / AP
"Eu estou viva", grita uma menina síria em um local não identificado na periferia de Damasco; a imagem foi retirada de um vídeo da oposição síria que documenta aquilo que está sendo denunciado pelos rebeldes como um ataque químico das forças de segurança da Síria assadista
Foto: YOUTUBE / ARBEEN UNIFIED PRESS OFFICE / AFP
Nesta imagem da Shaam News Network, órgão de comunicação da oposição síria, uma pessoa não identificada mostra os olhos de uma criança morta após o suposto ataque químico de tropas leais ao Exército sírio em um necrotério improvisado na periferia de Damasco; a fotografia, de baixa qualidade, mostra o que seria a pupila dilatada da vítima
Foto: HO / SHAAM NEWS NETWORK / AFP
Rebeldes sírios enterram vítimas do suposto ataque com armas químicas contra os oposicionistas na periferia de Damasco; a fotografia e sua informação é do Comitê Local de Arbeen, um órgão opositor, e não pode ser confirmada de modo independente neste novo episódio da guerra civil síria
Foto: YOUTUBE / LOCAL COMMITTEE OF ARBEEN / AFP
Agências internacionais registraram que a região ficou vazia no decorrer da quarta-feira
Foto: Reuters
Mais de mil pessoas podem ter morrido no ataque químico, segundo opositores do regime de Bashar al-Assad
Foto: Reuters
Cão morto é visto em meio a prédios de Ain Tarma
Foto: Reuters
Homens usam máscara para se proteger de possíveis gases químicos ao se aventurarem por rua da área de Ain Tarma
Foto: Reuters
Imagem mostra a área de Ain Tarma, no subúrbio de Damasco, deserta após o ataque químico que deixou centenas de mortos na quarta-feira. Opositores do governo sírio denunciaram que forças realizaram um ataque químico que matou homens, mulheres e crianças enquanto dormiam