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Oriente Médio

Milhares protestam no Iêmen para pedir renúncia do presidente

12 fev 2011 - 09h13
(atualizado às 12h18)
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Milhares de jovens iemenitas protestavam neste sábado no centro de Sanaa para pedir a renúncia do presidente Ali Abdallah Saleh, um dia depois da queda do egípcio Hosni Mubarak em consequência da pressão das ruas. "Depois de Mubarak, é sua vez Ali", gritavam 4 mil manifestantes, em sua maioria estudantes. Aos gritos de "fora Ali" ou "o povo quer a queda do regime", os manifestantes seguiram da Universidade de Sanaa até o centro da capital.

Policiais tentam conter protestos antigoverno em Sanaa
Policiais tentam conter protestos antigoverno em Sanaa
Foto: Reuters

No entanto, manifestante pró-governo armados com facas e porretes interromperam o protesto. Cerca de 300 estudantes antigoverno se reuniram na Universidade de Sanaa na manhã deste sábado. À medida que a o número chegava à casa dos milhares, eles começaram a marchar em direção à embaixada egípcia. "O povo quer a queda do governo", entoavam os manifestantes. "Uma revolução iemenita após a revolução egípcia." Mas um grupo de apoiadores do governo armados com facas e paus confrontou os manifestantes na praça central de Tahrir. Escaramuças irromperam e os manifestantes foram forçados a fugir. Duas pessoas ficaram levemente feridas, disseram testemunhas.

As autoridades do Iêmen afirmaram que respeitam a decisão e a vontade do irmão povo egípcio, em um comunicado publicado pela agência oficial Saba. "O Iêmen tem confiança na capacidade do Conselho Supremo das Forças Armadas para dirigir o país", afirma o texto. As autoridades expressam ainda o desejo que o Egito tenha "uma atmosfera propícia para que o povo egípcio possa concretizar suas aspirações de liberdade, democracia e segurança".

O presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, que tenta se esquivar dos protestos que se espalham pelo mundo árabe, prometeu se retirar quando seu mandato terminar em 2013, mas a oposição ainda não reagiu ao seu convite para um governo de união. Os opositores querem que as conversas aconteçam sob os auspícios de autoridades ocidentais ou do Golfo Pérsico. Além dos protestos esporádicos, o país da península arábica também combate um movimento de secessão no sul, um cessar-fogo instável com rebeldes xiitas no norte e o ressurgimento da Al Qaeda, tudo contra um pano de fundo de pobreza crônica.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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