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Oriente Médio

Irã fecha acordo e limita programa nuclear em troca de alívio em sanções

24 nov 2013 - 01h27
(atualizado às 17h33)
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Ao centro, o chanceler iraniano, Javad Zarif, cumprimenta o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, na sede das Nações Unidas, em Genebra
Ao centro, o chanceler iraniano, Javad Zarif, cumprimenta o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, na sede das Nações Unidas, em Genebra
Foto: AP

O Irã e seis potências mundiais chegaram a um acordo neste domingo para limitar o programa nuclear iraniano em troca de um alívio nas sanções impostas ao país, no que pode ser o primeiro sinal de uma reaproximação de Teerã com o Ocidente.

Com o objetivo de acabar com um perigoso impasse, o acordo provisório entre o Irã e Estados Unidos, França, Alemanha, Grã-Bretanha, China e Rússia recebeu o aval do líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei.

Irã e G5 +1 chegam a acordo histórico sobre programa nuclear:

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse que o acordo emplacou após uma maratona de negociações com alta carga política, que conseguiu eliminar os possíveis meios para Teerã chegar a uma bomba nuclear. Mas Israel, país arqui-inimigo do Irã, denunciou o acordo como um "erro histórico".

Interromper os esforços nucleares do Irã foi projetado como um pacote de medidas de construção de confiança para minimizar décadas de tensões e, em última instância, levar a um Oriente Médio mais estável e seguro.

De fato, os Estados Unidos conduziram conversas bilaterais secretas com o Irã nos últimos meses para encorajar a diplomacia em direção a um acordo, disse uma alta autoridade dos EUA.

A chefe de política externa da União Europeia, Catherine Ashton, que coordenou as negociações com o Irã em nome das grandes potências, disse que o acordo abriu espaço para se alcançar uma solução abrangente para o tema.

"Este é apenas o primeiro passo", afirmou o ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, em entrevista coletiva. "Precisamos começar a se mover para restaurar a confiança."

Afetados pelas sanções, muitos iranianos expressaram satisfação pelo avanço e o prospecto de melhora econômica. O rial, moeda iraniana, dizimada este ano devido às sanções, valorizou mais de 3 por cento com a notícia do acordo no domingo.

Obama disse que se o Irã não cumprir seus compromissos durante o período de seis meses coberto pelo acordo provisório, Washington recuaria no alívio às sanções e "ajustaria a pressão para cima."

"Há limitações substanciais que vão ajudar a prevenir o Irã de construir uma arma nuclear", disse Obama na Casa Branca, após o acordo ser selado. "Colocando de maneira simples, elas cortam os atalhos mais prováveis para o Irã chegar a uma bomba."

O chanceler iranino, Javad Zarif, sorri ao cumprimentar a chefe de relações exteriores da UE, Catherine Ashton, enquanto o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, cumprimenta o chanceler francês, Laurent Fabius
O chanceler iranino, Javad Zarif, sorri ao cumprimentar a chefe de relações exteriores da UE, Catherine Ashton, enquanto o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, cumprimenta o chanceler francês, Laurent Fabius
Foto: AFP

"Erro histórico, diz Israel"

Mas Israel denunciou o acordo com o "um mau negócio", e disse que não iria ficar preso a ele. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, classificou o acordo como um erro histórico.

"O que foi acertado em Genebra não é um acordo histórico, é um erro histórico", afirmou Netanyahu. "Hoje o mundo se tornou um lugar mais perigoso porque o regime mais perigoso do mundo deu um passo significativo na direção de desenvolver a arma mais perigosa do mundo", acrescentou.

Ele reiterou uma antiga ameaça israelense de uma possível ação militar contra o Irã -- mesmo que um membro do seu gabinete de segurança tenha admitido que o acordo provisório limita essa opção.

O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, empenhou-se no domingo em tranquilizar Israel, dizendo que o potencial de Irã para fazer uma bomba ficou restrito e seu programa nuclear seria mais transparente.

"Acredito que Israel de fato ficará mais seguro, contanto que nós asseguremos que essas... sanções não sejam suspendidas de uma maneira que reduza a pressão sobre o Irã - e nós acreditamos que não serão, há muito pouco alívio das sanções aqui - e que a arquitetura básica das sanções permaneçam", disse ele à rede CNN.

EFE   
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