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Oriente Médio

Irã acredita em mudança de "atmosfera" após contatos com Obama

18 set 2013 - 23h52
(atualizado em 19/9/2013 às 00h10)
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O presidente do Irã, Hassan Rohani, afirmou nesta quarta-feira que seu contato inicial com o líder americano Barack Obama foi "construtivo" e que acredita que isso pode ser o início de uma mudança de "atmosfera" na relação bilateral e com os outros países ocidentais.

Em uma entrevista à emissora NBC News, Rohani lembrou que Obama lhe enviou uma carta pouco após sua chegada ao poder em agosto, e que ele respondeu com outra carta. "No meu ponto de vista, o tom da carta (de Obama) foi positivo e construtivo", assinalou Rohani.

Perguntado se esses contatos podem estabelecer os fundamentos para uma mudança nas relações entre Estados Unidos e Irã, o líder respondeu que pode haver "passos pequenos e sutis que levem a um futuro muito importante".

"Acredito que os líderes de todos os países poderiam pensar em seu interesse nacional e que não deveriam estar sob a influência de grupos de pressão. Espero ser testemunha desse tipo de atmosfera no futuro", disse.

As cartas entre Obama e Rohani, cuja existência foi revelada no domingo passado pelo presidente americano, abrem a possibilidade para uma aproximação entre os dois países, que estão com as relações diplomáticas cortadas desde 1979.

Rohani não descartou um encontro com Obama durante a Assembleia Geral da ONU, que acontecerá entre os dias 22 e 27 de setembro, mas, por enquanto, nenhum dos dois países confirmou essa possibilidade.

Os EUA, assim como outros países ocidentais, acusam o regime iraniano de ocultar sob o seu programa nuclear civil um ambicioso projeto bélico clandestino cujo objetivo seria a aquisição de armamento nuclear, o que o Irã nega.

O líder iraniano também se pronunciou sobre a Síria e a acusação ocidental de que seu país apoia o regime de Bashar al Assad no conflito civil que já dura mais de dois anos.

"Não somos o governo da Síria", declarou ao ser perguntado se acredita que Assad entregará à comunidade internacional seu arsenal químico para ser destruído. "Somos apenas um dos países da região, que está pedindo paz e estabilidade, e a eliminação de todas as armas de destruição em massa em toda a região", destacou.

Perguntado se Obama demonstrou fraqueza quando voltou atrás em sua decisão de fazer um ataque sobre a Síria com a finalidade de destruir seu arsenal químico, Rohani se limitou a dizer que seu governo "considera que a guerra é uma fraqueza".

"Consideramos fraco qualquer governo ou administração que decida empreender uma guerra. E demonstramos respeito para qualquer governo que opte pela paz", acrescentou.

EFE   
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