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Oriente Médio

EUA se dizem "perplexos" com campanha da Arábia Saudita contra o Catar

20 jun 2017 - 18h32
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Os Estados Unidos asseguraram nesta terça-feira estarem "perplexos" pela ausência de "detalhes" públicos sobre as alegações que a Arábia Saudita e seus aliados no Golfo Pérsico estão fazendo contra o Catar, e sugeriram que a campanha regional contra o país na realidade não está ligada ao seu "suposto apoio ao terrorismo".

"Duas semanas após o começo do embargo (econômico contra o Catar), estamos perplexos pelos Estados do Golfo não terem tornado públicos nem transmitido aos catarianos os detalhes sobre as acusações que estão fazendo ao Catar", disse a porta-voz do Departamento de Estado, Heather Nauert, em entrevista coletiva.

"Quanto mais tempo passar, mais dúvidas surgirão sobre as ações da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos (EAU)", acrescentou.

"Neste momento, temos uma pergunta simples: suas ações foram realmente sobre as preocupações sobre o suposto apoio do Catar ao terrorismo, ou pelas disputas que estão há muito tempo fervilhando entre os Estados do CCG (Conselho de Cooperação do Golfo)?", acrescentou Heather.

A porta-voz encorajou "todas as partes a diminuírem as tensões e iniciarem um diálogo construtivo", e a "centrarem-se no objetivo principal a nível regional e internacional, que é derrotar o terrorismo".

Arábia Saudita, EAU, Bahrein e Egito cortaram no início de junho as relações diplomáticas com o Catar por seu suposto apoio a grupos radicais na região, e os três primeiros tomaram medidas como o fechamento do seu espaço aéreo e marítimo a meios de transporte catarianos.

O secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, pediu no último dia 9 de junho aos Estados do Golfo que "suavizassem o bloqueio" terrestre, marítimo e aéreo imposto ao Catar, ao assegurar que traria consequências humanitárias e dificultaria a luta contra o Estado Islâmico (EI).

As declarações conciliadoras do Departamento de Estado contrastaram com as emitidas sobre a crise diplomática pelo presidente americano, Donald Trump, que adotou um tom duro contra o Catar em várias mensagens.

"Chegou o momento de pedir ao Catar que detenha seu financiamento do terrorismo. Para o Catar, queremos você de volta entre a comunidade de nações responsáveis", disse Trump em 9 de junho.

Três dias antes, Trump defendeu que a "linha dura" de vários países contra o Catar é, em parte, fruto de sua própria pressão, e o Departamento de Estado teve que garantir que sua relação com o país segue sendo "sólida".

O Catar é a sede da base aérea mais importante dos EUA no Oriente Médio, que funciona como plataforma para suas operações na região e abriga cerca de dez mil soldados das forças armadas americanas, além de cem aviões de transporte e bombardeiros.

EFE   
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