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Oriente Médio

Em vídeo, ex-assessor de Saddam pede por resistência no Iraque

8 abr 2012 - 14h03
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O principal membro de um grupo próximo ao ex-ditador iraquiano Saddam Hussein que ainda está solto criticou o atual governo e exortou os simpatizantes do ex-Partido Baath a organizarem uma resistência, mostrou um vídeo publicado em sites de partidários da legenda.

O vídeo mostra Izzat Ibrahim al-Douri, chefe do Partido Baath, de Saddam e o membro mais sênior do antigo governo ainda em liberdade. O ex-presidente foi derrubado e sua legenda banida depois da invasão de 2003, liderada pelos Estados Unidos.

O vídeo não era datado e a identidade de Douri não pode ser confirmada de forma independente. Douri publicou um áudio no ano passado, criticando o primeiro-ministro Nuri al-Maliki por capturar ex-membros do Partido Baath no Iraque. "Temos de recomeçar imediatamente... a reconstruir o revolucionário Partido Baath", afirmou ele em vídeo transmitido no 65º aniversário da formação da legenda.

O vídeo mostrou um homem que aparentava ser Douri sentado e vestindo um uniforme da época de Saddam, em frente a uma antiga bandeira do Iraque. Havia um grupo de guarda-costas ao redor dele, assim como Al-Douri fazia em discursos no passado.

Após a invasão, Al-Douri foi classificado como sexto mais procurado em uma lista com 55 iraquianos divulgada pelos militares norte-americanos. Uma recompensa de US$ 10 milhões foi oferecida pela sua captura. Em seu vídeo, ele criticou o atual governo xiita do Iraque e os governos árabes que o apoiam, além de acusá-los de traição e conspiração contra os insurgentes iraquianos que lutaram contra os militares norte-americanos após a invasão. Autoridades dos EUA o acusaram de organizar a insurgência.

"Nove anos se passaram desde a invasão e ocupação e esses traidores corruptos viraram suas costas contra a heroica resistência iraquiana", afirmou. Ele também alertou os países sunitas sobre o que chamou de "invasão de Safavid", uma aparente referência à crescente influência xiita no governo do Iraque, em uma região cada vez mais dividida entre as facções.

O governo diz que muitos ex-integrantes do Partido Baath se organizaram em grupos insurgentes que resistem à chegada da maioria xiita ao poder após a queda de Saddam. Maliki ordenou a prisão de centenas de ex-membros do Baath no ano passado, antes de as últimas tropas norte-americanas deixarem o país, causando uma crise que ameaçou um frágil acordo de poder entre os blocos sunita, xiita e curdo.

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