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Oriente Médio

Comércio na fronteira Brasil-Paraguai é paralisado por protestos

17 mar 2015 - 16h26
(atualizado às 16h26)
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As principais cidades comerciais do Paraguai, na fronteira com o Brasil, fecharam suas instalações nesta terça-feira para protestar contra uma medida brasileira que ameaça reduzir ainda mais o intercâmbio deprimido na área fronteiriça.

Chanceler brasileiro Mauro Vieira fala ao lado de colega paraguaio, Eladio Loizaga, durante entrevista em Assunção. 13/03/2015.
Chanceler brasileiro Mauro Vieira fala ao lado de colega paraguaio, Eladio Loizaga, durante entrevista em Assunção. 13/03/2015.
Foto: Jorge Adorno / Reuters

A manifestação foi liderada por proprietários e funcionários de empresas em Ciudad del Este, Pedro Juan Caballero e Guaira, três cidades que vivem das compras de turistas brasileiros que entram via terrestre pela fronteira seca.

As câmaras de comércio nessas cidades dizem que a atividade caiu para 80 por cento devido à desvalorização do real em relação ao dólar e à queda do consumo no país vizinho, temendo que o colapso seja maior nos próximos meses.

O Brasil enfrenta um cenário econômico e político complexo pela desaceleração global e um déficit fiscal que levou a cortes drásticos.

Os comerciantes querem que o governo paraguaio interceda para o Brasil reverter uma medida que reduz desde julho a quota de compras para turistas brasileiros que entram no país por via terrestre para 150 dólares por pessoa, ante 300 dólares.

"Gostaríamos que a quota subisse para 500 (dólares), porque via aérea já é de 500. Se não, esperamos ficar nos 300", disse o representante da Câmara de Comércio de Pedro Juan Caballero, Peter Bondinam, à rádio Primero de Marzo, de Assunção.

"Há vendedores ambulantes, comerciantes e autoridades que estão se manifestando porque há lugares que estão fechando, trabalhadores que são demitidos devido à queda nas vendas", disse Alberto Rojas, da Câmara de Comércio de Guaira.

A atividade comercial foi quase nula nas três localidades, normalmente muito movimentadas. Cerca de 2.000 pessoas se manifestaram em Ciudad del Este, que faz fronteira com Foz do Iguaçu, onde o principal palco do protesto desabou causando ferimentos leves em alguns dos participantes.

O presidente do Paraguai, Horacio Cartes, se reuniu com os organizadores do protesto, mas assessores dizem que não há muito a fazer.

"O problema no Brasil não é quota... o maior problema é a economia brasileira neste momento", disse o ministro da Indústria e Comércio do Paraguai, Gustavo Leite.

O Brasil é o principal parceiro comercial do Paraguai e fundamental no processo de produção de soja e da carne, seu principal produto de exportação, além de ter uma forte presença no sistema financeiro local.

O Ministério das Relações Exteriores brasileiro afirmou na semana passada que a corrente de comércio entre os dois países duplicou nos últimos cinco anos para chegar a 4,4 bilhões de dólares em 2014.

(Reportagem de Mariel Cristaldo e Daniela Desantis)

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