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Orçamento proposto por Trump eleva gasto militar e com muro, mas mira serviços sociais

11 mar 2019 - 18h44
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu nesta segunda-feira, ao apresentar o seu Orçamento de 2020, a revisão de programas sociais que ajudam norte-americanos pobres e idosos, ao mesmo tempo que quer aumentar gastos militares e financiamento para o muro na fronteira com o México, na abertura de sua próxima briga por financiamento com o Congresso norte-americano.

Presidente dos EUA, Donald Trump, na Casa Branca
08/03/2019 REUTERS/Jonathan Ernst
Presidente dos EUA, Donald Trump, na Casa Branca 08/03/2019 REUTERS/Jonathan Ernst
Foto: Reuters

O orçamento de 4,7 trilhões de dólares do presidente republicano foi imediatamente criticado por democratas no Congresso, que rejeitaram seu esforço no ano passado por financiamento para o muro em um impasse que resultou em uma paralisação parcial de cinco semanas do governo dos EUA.

Assim como propostas passadas de orçamento presidencial, é improvável que o plano de gastos de Trump vire lei, especialmente com democratas no controle da Câmara dos Deputados, mas ele serve como um manifesto antecipado das prioridades políticas que ele trará para sua campanha de reeleição em 2020.

"O presidente Trump de alguma forma conseguiu produzir um pedido de orçamento ainda mais descolado da realidade do que os dois anteriores", disse a deputada democrata Nita Lowey, presidente do Comitê de Apropriações da Câmara.

O senador democrata Patrick Leahy, presidente do Comitê de Apropriações do Senado, disse em nota que o plano de Trump "não vale o papel no qual foi impresso".

Neste ano, há mais em jogo por um acordo do que no ano passado. Um prazo de 1º de outubro para manter o governo em funcionamento coincide com um prazo para elevar o limite da dívida. Sem um aumento no limite, o governo dos EUA ficaria sob risco de um déficit, o que provocaria um choque na economia mundial.

O orçamento de Trump inclui propostas politicamente voláteis de reformar o Medicare, Medicaid e outros programas sociais custosos que compõem a rede de segurança social norte-americana que ajuda os pobres e desprivilegiados.

O plano pede por 8,6 bilhões de dólares para construir um muro na fronteira com o México. Esse número é seis vezes mais do que o Congresso concedeu a Trump para projetos na fronteira em cada um dos dois últimos anos fiscais, e 6 por cento a mais do que ele arrecadou ao invocar poderes emergenciais neste ano após fracassar em conseguir o valor que queria.

DEFESA

Trump também pede que os gastos com defesa cresçam mais de 4 por cento, a 750 bilhões de dólares, usando a conta emergencial Overseas Contingency Operations (COO) - ridicularizada por conservadores como um fundo secreto - para contornar tetos de gastos determinados em uma lei de restrição fiscal de 2011.

Gastos não relacionados à defesa foram mantidos abaixo desses limites, graças a acentuadas propostas de cortes de financiamento no Departamento de Estado (23 por cento) e Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês) (31 por cento), entre outros.

Mesmo com os cortes, que a Casa Branca disse que totalizarão uma economia de 2,7 trilhões de dólares em mais de uma década, o gabinete de orçamento disse que o plano de Trump não terá equilíbrio até 2034, superando a perspectiva tradicional de 10 anos.

Cortes tributários têm sido uma prioridade para a Casa Branca e Congresso republicanos nos últimos anos, em vez de redução do déficit. O déficit cresceu para 900 bilhões de dólares em 2019 e a dívida nacional avançou para 22 trilhões de dólares.

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