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Oposição da Venezuela diz que diálogo com Maduro mediado pela Noruega "acabou"

16 set 2019 - 09h23
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A oposição da Venezuela comunicou no domingo que um diálogo mediado pela Noruega para tentar resolver uma crise política terminou, seis semanas depois de o governo do presidente Nicolás Maduro suspender a participação.

Bandeira da Venezuela durante manifestação em apoio ao líder de oposição Juan Guaidó em Caracas
14/09/2019
REUTERS/Ivan Alvarado
Bandeira da Venezuela durante manifestação em apoio ao líder de oposição Juan Guaidó em Caracas 14/09/2019 REUTERS/Ivan Alvarado
Foto: Reuters

As conversas, realizadas principalmete em Barbados, começaram depois que o líder opositor Juan Guaidó comandou um levante militar fracassado contra Maduro, que é acusado de violar direitos humanos e ser responsável por um colapso econômico que levou milhões a fugirem, em abril.

Os representantes de Maduro abandonaram as conversas em agosto em repúdio ao endurecimento das sanções do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o país-membro da Opep. Membros da coalizão opositora que eram críticos do diálogo argumentaram que Maduro estava negociando de má fé e usando as tratativas para ganhar tempo.

"O regime ditatorial de Nicolás Maduro abandonou o processo de negociação com desculpas falsas", disse o escritório de Guaidó em um comunicado. "Depois de mais de 40 dias durante os quais eles se recusaram a continuar, confirmamos que o mecanismo de Barbados acabou".

O Ministério da Informação da Venezuela não respondeu a um pedido de comentário.

Apesar do revés, diplomatas noruegueses continuam preparados para auxiliar, disse Dag Nylander, que lidera os esforços internacionais de paz e reconciliação do Ministério das Relações Exteriores da Noruega.

"A Noruega está facilitando o processo de negociação na Venezuela a pedido dos principais atores políticos do país, e reitera sua prontidão para continuar neste papel enquanto as partes o considerarem útil e avançar na busca de uma solução negociada", tuitou Nylander nesta segunda-feira.

Guaidó, que comanda a Assembleia Nacional controlada pela oposição, invocou a Constituição venezuelana em janeiro para assumir uma presidência interina, argumentando que a reeleição de Maduro em 2018 foi fraudulenta. Ele foi reconhecido como o líder legítimo da Venezuela por dezenas de países, inclusive os EUA e o Brasil.

Mas Maduro, que qualifica Guaidó como um fantoche golpista de Washington, se manteve no poder mesmo com uma desaceleração econômica profunda e um isolamento internacional crescente. Os militares não o abandonaram, apesar dos apelos repetidos da oposição para que o fizessem, e ele ainda conta com o apoio da Rússia e da China.

Negociadores da oposição disseram que os representantes de Maduro não estavam dispostos a debater sua maior prioridade: uma nova eleição em condições livres e justas.

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