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Opiniões discordantes de EUA e UE sobre Jerusalém ressaltam divergência sobre Oriente Médio

22 jan 2018 - 18h05
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Em uma nova demonstração da discórdia ocidental sobre os esforços de paz no Oriente Médio, os Estados Unidos disseram nesta segunda-feira que sua embaixada em Israel seria realocada para Jerusalém até o fim de 2019, enquanto seus aliados na União Europeia manifestaram apoio para o lado leste de Jerusalém como a capital do Estado palestino.

Vice-presidente dos EUA, Mike Pence, discursa no Parlamento de Israel em Jerusalém
22/01/2018 REUTERS/Ariel Schalit/Pool
Vice-presidente dos EUA, Mike Pence, discursa no Parlamento de Israel em Jerusalém 22/01/2018 REUTERS/Ariel Schalit/Pool
Foto: Reuters

O vice-presidente Mike Pence, durante visita a Jerusalém, anunciou o momento da mudança em discurso ao Parlamento de Israel, recebendo aplausos de parlamentares israelenses, mas também gerando um rápido protesto de parlamentares árabes israelenses, que levantaram cartazes que liam "Jerusalém é a capital da Palestina".

Em Bruxelas, a chefe de política externa da UE, Federica Mogherini, garantiu ao presidente palestino Mahmoud Abbas em reunião que a UE apoiava sua ambição de ter o lado leste de Jerusalém como a capital do Estado palestino.

O presidente dos Estados Unidos Donald Trump repentinamente reverteu décadas de política dos EUA em dezembro quando reconheceu Jerusalém como a capital de Israel, alimentando fúria de palestinos e do mundo árabe e preocupação entre os aliados ocidentais de Washington.

A manobra de Trump agradou Israel, o aliado mais próximo dos EUA no Oriente Médio, mas provocou inquietação de potências mundiais, incluindo Rússia e China, que se preocupam que isso iria alimentar tensões regionais e aumentar a separação entre Israel e os palestinos.

Muitos países acreditam que Jerusalém deveria ser dividido entre Israel e um futuro Estado palestino e, não estão dispostos a tomar decisões sobre o reconhecimento de seu status antes que um acordo de paz abrangente seja acordado.

"Nas próximas semanas, nossa administração vai avançar com o plano de abrir a embaixada dos Estados Unidos em Jerusalém - e essa embaixada dos Estados Unidos vai abrir antes do fim do próximo ano", disse Pence, que já concluiu metade de sua visita ao Oriente Médio.

A reação a Pence se dividiu localmente entre os lados de Israel e Palestina.

O negociador-chefe palestino, Saeb Erekat, disse no Twitter que o discurso de Pence mostrava que a administração dos EUA era parte do problema, ao invés de ser a solução.

"O discurso messiânico de Pence é um presente aos extremistas", escreveu. "Sua mensagem ao resto do mundo é clara: violem leis internacionais e resoluções que os EUA irão te recompensar."

Em Bruxelas, Abbas repetiu seu pedido para que o leste de Jerusalém seja capital enquanto instou que os países membros da UE reconheçam o Estado da Palestina imediatamente, argumentando que isso não prejudicaria as negociações com Israel sobre um acordo de paz para a região.

Embora Abbas não tenha feito referência à manobra de Trump sobre Jerusalém ou à visita de Pence à cidade, sua presença na sede da UE em Bruxelas foi entendida por autoridades europeias como uma chance de reafirmar sua oposição à decisão de Trump de 6 de dezembro para mudar a embaixada dos EUA para Jerusalém.

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