ONU critica Israel por violência excessiva em Gaza
O coordenador especial da ONU para a Paz no Oriente Médio, Nikolay Mladenov, denunciou nesta terça-feira (15) que Israel usa a violência de maneira "indiscriminada" contra palestinos na Faixa de Gaza. "Israel precisa calibrar o uso da força, deve proteger suas fronteiras, mas de modo proporcional. Enquanto que o Hamas não deve usar os protestos para colocar bombas e fazer atos provocativos", explicou. "A comunidade internacional deve intervir e impedir a guerra", acrescentou Mladenov, definindo a situação como "desesperadora".
Mais cedo, o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, Rupert Colville, também denunciou que "parece que qualquer um pode ser morto a tiros". No entanto, o direito internacional prevê que a "força letal só pode ser usada como medida de último, não de primeiro, recurso".
Para Colville, "não é aceitável dizer que se trata do Hamas e portanto está correto". Ontem (14), 60 palestinos foram mortos nos conflitos em Gaza, sendo que pelo menos 24 faziam parte do movimento islamita que controla a região.
Já o Alto Comissário para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad Al Hussein, declarou que os "responsáveis por violações dos direitos humanos" precisarão "prestar contas".
Por sua vez, o governo palestino pediu ao Conselho de Direitos Humanos da ONU (UNHRC) para "organizar uma reunião urgente para decidir sobre o envio de uma missão internacional para investigar os crimes cometidos pelas forças de ocupação militar contra pessoas desarmadas".
O governo de Rami Hamdallah disse acreditar que Israel e o governo dos Estados Unidos são responsáveis pelo "massacre que ocorreu contra o povo palestino".