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Mundo

ONU anuncia novo cessar-fogo na Líbia

Tréguas anteriores foram sistematicamente ignoradas

23 out 2020 - 09h11
(atualizado às 09h56)
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A Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou nesta sexta-feira (23) a assinatura de um cessar-fogo permanente em toda a Líbia, país que é palco de guerras de milícias desde a queda de Muammar Kadafi, em 2011.

Milícia leal ao governo Sarraj em Trípoli, capital da Líbia
Milícia leal ao governo Sarraj em Trípoli, capital da Líbia
Foto: EPA / Ansa - Brasil

Em sua página no Facebook, a missão de apoio da ONU ao país africano disse que o acordo é "histórico" e representa um "importante ponto de virada em direção à paz e à estabilidade". O cessar-fogo foi assinado em Genebra, na Suíça, e tem efeito imediato.

A Líbia já teve inúmeras tréguas nos últimos anos, mas todas foram desrespeitadas pelas partes em conflito. De um lado, está o governo de "união nacional" guiado por Fayez al-Sarraj, com apoio das milícias de Trípoli e Misurata, e reconhecido pela ONU e pela maior parte da comunidade internacional, incluindo a União Europeia e a Turquia.

Do outro, estão o Parlamento de Tobruk e o autoproclamado Exército Nacional Líbio, conjunto de milícias chefiado pelo marechal Khalifa Haftar, que tem apoio declarado do Egito e dos Emirados Árabes Unidos, a simpatia da França e uma aliança tácita com a Rússia.

O marechal e o Parlamento de Tobruk não reconhecem a legitimidade do governo Sarraj - instituído por uma conferência de paz no Marrocos, em 2015 - e controlam a maior parte do país, principalmente o leste e o desértico sul.

Há um ano e meio, Haftar iniciou uma ofensiva para conquistar Trípoli, mas ainda não conseguiu entrar na capital. A crise na Líbia é um dos motivos da crise migratória no Mediterrâneo Central, já que a fragmentação do país permitiu que coiotes dominassem o seu litoral para embarcar migrantes em barcos superlotados com destino à Itália.

Por meio de uma nota, o Ministério das Relações Exteriores italiano elogiou a assinatura do cessar-fogo e encorajou "todas as partes a implantarem concretamente as medidas acordadas".  

Ansa - Brasil   
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