ONU anuncia acordo de troca de prisioneiros no Iêmen
Governo e rebeldes se reúnem na Suécia para negociações
A Organização das Nações Unidas (ONU) formalizou nesta quinta-feira (6) um acordo de troca de prisioneiros entre o governo internacionalmente reconhecido do Iêmen, que tem o apoio dos Estados Unidos e da Arábia Saudita e insurgentes houthis, próximos ao Irã. As partes se reuniram em Rimbo, na Suécia, para negociar o conflito.
O enviado especial da entidade, Martin Griffiths, não divulgou números precisos, mas disse que milhares de famílias vão ser beneficiadas pela medida. A Cruz Vermelha Internacional afirmou que vai supervisionar a implementação do acordo e o classificou como "um do primeiros passos positivos para Iêmen".
As negociações visam a evitar uma batalha ente os insurgentes houthis que dominam porto de Hudaydah, no Mar Vermelho, onde milhares de civis estão cercados. Os rebeldes exigem, em troca, a reabertura do aeroporto de Sanaa, fechado há dois anos por causa da guerra, e ameaçaram impedir aviões da ONU de utilizarem o terminal.
As Nações Unidas classificam a guerra no Iêmen como a "pior crise humanitária do mundo" na atualidade, com mais de 10 mil mortos.
O conflito, que começou em 2015, deixou milhares de refugiados na região. Estima-se que mais de 20 milhões de pessoas precisem de assistência humanitária, ou seja, mais de 70% da população do país. De um lado da guerra está o presidente Abd Rabbo Mansur Hadi, apoiado pela Arábia Saudita e pelas outras monarquias sunitas da região. De outro, os houthis, que contam com o suporte dos xiitas, do Irã e do grupo libanês Hezbollah.