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Onda de alegações de assédio pode ajudar a criminalizar extorsão sexual, dizem ativistas nos EUA

18 out 2017 - 15h01
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Por Ellen Wulfhorst

NOVA YORK (Thomson Reuters Foundation) - A avalanche de histórias de assédio e abuso sexual surgidas após as alegações contra o produtor de cinema Harvey Weinstein podem fortalecer campanhas que pedem que a extorsão sexual se torne ilegal, disseram ativistas que tentam mudar as leis dos Estados Unidos.

A chamada 'sextorsão' - uma forma de extorsão que envolve atos ou imagens sexuais como moeda - não é reconhecida pela legislação criminal de muitos Estados norte-americanos, e muitas vezes suas vítimas têm pouca ou nenhuma opção, afirmam especialistas.

    As manchetes, as redes sociais e as conversas no ambiente de trabalho provocadas pelo caso Weinstein são "incrivelmente poderosas" para ilustrar o alcance do problema, disse Jennifer Becker, uma das principais advogadas da Legal Momentum, The Women's Legal Defense and Education Fund, que combate a sextorsão.

Usando a hashtag #MeToo (EuTambém), dezenas de milhares de mulheres foram ao Twitter e ao Facebook contar como foram agredidas verbalmente, apalpadas, molestadas e estupradas por chefes, professores e familiares.

"É um abuso de poder, então, tendo Harvey Weinstein como exemplo, é um caso clássico e já antigo de sextorsão", afirmou Jennifer à Thomson Reuters Foundation em uma entrevista.

Um grande obstáculo para tornar a sextorsão ilegal é fazer o público e os parlamentares entenderem seu alcance, argumentou ela.

"Isso nunca ocupou o centro do palco", disse. "Quanto mais instâncias, quanto mais narrativas tivermos, certamente mais isso ajudará os parlamentares a entenderem que é algo que deveriam priorizar".

Weinstein enfrenta alegações segundo as quais assediou e atacou sexualmente ou estuprou várias mulheres, incluindo atrizes de primeiro escalão, ao longo das últimas três décadas.

Ele negou ter tido sexo não-consensual com qualquer pessoa, e em contrapartida existem asserções de que muitas pessoas sabiam das acusações contra o poderoso produtor de Hollywood e não fizeram nada.

"O caso Weinstein sublinha a importância da questão, de quão disseminada ela é, de quão destruidora ela é e de quão pouca atenção recebe", disse Nancy Hendry, conselheira de políticas sênior da Associação Internacional de Juízas.

"De fato permitimos que isso ocorra com relativa impunidade", completou.

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