OMS se aproxima de consenso sobre pacto internacional contra pandemias futuras
A Organização Mundial da Saúde (OMS) está se aproximando de um consenso para negociar um acordo internacional para evitar pandemias futuras, mas por enquanto os Estados Unidos relutam em tornar o pacto legalmente obrigatório, de acordo com diplomatas ocidentais.
Ministros da Saúde dos 194 países-membros da OMS iniciam uma assembleia especial de três dias na segunda-feira para tentar firmar um acordo com o objetivo de fortalecer a capacidade da agência para enfrentar pandemias, depois que a forma como ela lida com a Covid-19 foi criticada.
Os EUA demarcam um limite por ainda não quererem se comprometer com um tratado de cumprimento obrigatório, mas apoiam a ideia de um acordo e têm o apoio de Brasil e Índia, segundo diplomatas.
A União Europeia está pressionando muito por um tratado que estabeleça obrigações firmes com o aval de 70 países, segundo um diplomata europeu.
"Estamos negociando, existe uma espécie de consenso crescente sobre o texto, mas ainda há debates acontecendo", elaborou. "O que quer que façamos, precisamos de um comprometimento contínuo no nível político mais alto no futuro e criar um sistema que permita o envolvimento e a prontidão no nível mais alto de uma maneira muito mais bem estruturada".
A China participa das conversas e não se opõe a um tratado, disse o diplomata europeu.
Mais de 5,4 milhões de pessoas já morreram desde que o vírus SARS-CoV-2 surgiu no centro da China em dezembro de 2019. A OMS diz que a China ainda não compartilhou parte de seus dados iniciais que podem ajudar a precisar a origem do vírus.
Acredita-se que um acordo global contemplará questões como o compartilhamento de dados e sequenciamento genômico de vírus emergentes, mas até agora as conversas não se concentraram em seu conteúdo.