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Mundo

Ofensiva turca provoca fuga em massa de jihadistas na Síria

Integrantes do EI escaparam de campo situado em área curda

13 out 2019 - 12h33
(atualizado às 12h39)
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Cerca de 800 apoiadores do grupo terrorista Estado Islâmico (EI) fugiram de um campo para pessoas deslocadas no nordeste da Síria, região que é alvo de uma incursão militar da Turquia.

Protesto no Líbano contra ofensiva da Turquia na Síria
Protesto no Líbano contra ofensiva da Turquia na Síria
Foto: EPA / Ansa - Brasil

Segundo as autoridades de Rojava, zona autônoma estabelecida pelos curdos no país árabe, os jihadistas, sobretudo estrangeiros, estavam em um centro de detenção em Ayn Issa, cerca de 35 quilômetros ao sul da fronteira turca, e escaparam após atacar os portões do local.

O campo abriga aproximadamente 12 mil pessoas, incluindo mil mulheres e filhos de combatentes estrangeiros do Estado Islâmico. "O campo de Ayn Issa está agora sem controle", disse um porta-voz do governo local. A região é controlada pelas Forças Democráticas da Síria (SDF), coalizão formada majoritariamente por curdos e que foi a principal aliada dos Estados Unidos na guerra contra o EI no país árabe.

O presidente Donald Trump, no entanto, decidiu retirar as tropas americanas do nordeste da Síria e abriu caminho para uma operação militar da Turquia. Ancara alega que seu objetivo é combater as Unidades de Proteção Popular (YPG), que integram as SDF e são consideradas um grupo "terrorista" pelo governo turco.

A comunidade internacional teme que o conflito abra espaço para o Estado Islâmico recuperar territórios na Síria. "Estamos preocupados com o que pode acontecer, por isso queremos que a Turquia interrompa o quanto antes sua operação", disse a porta-voz do governo da França, Sibeth Ndiaye.

Massacre

A incursão turca acontece em parceria com o Exército Nacional Sírio (antigo Exército Livre da Síria), grupo rebelde que é treinado, equipado e financiado por Ancara.

Vídeos divulgados nas redes sociais mostram integrantes dessa facção executando curdos feridos em combate e civis. Entre as vítimas está uma conhecida ativista pelos direitos das mulheres, Hevrin Khalaf, morta a tiros junto com seu motorista em uma rodovia.

"Khalaf foi tirada de seu carro durante um ataque apoiado pela Turquia e executada pelas milícias mercenárias apoiadas por Ancara", diz uma nota divulgada pelo braço político das SDF. Funcionários do governo dos EUA confirmaram a autenticidade das imagens que mostram o massacre de civis na Síria.

"Essa é uma clara prova de que o Estado turco continua com sua política criminosa contra civis desarmados", acrescenta o comunicado das forças curdas. Até o momento, cerca de 130 mil pessoas já foram obrigadas a fugir de suas casas, segundo as Nações Unidas (ONU), que temem que o número de deslocados chegue a 400 mil.

Diversos países da União Europeia suspenderam a venda de armas para a Turquia, mas o presidente Recep Tayyip Erdogan disse que o embargo não freará a incursão militar. Já Trump, cuja decisão permitiu o ataque contra os curdos, afirmou neste domingo (13) que negocia com o Congresso a imposição de "poderosas sanções" contra Ancara.

"Há um amplo consenso sobre isso, fiquem ligados", escreveu o presidente no Twitter.

Ansa - Brasil   
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