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O que se sabe sobre terremoto mais forte em 100 anos no México, que provocou mortes e alerta de tsunami

Epicentro foi registrado na costa do Estado de Chiapas, a 58 km de profundidade; tremor foi sentido até na Cidade do México, a centenas de quilômetros; até agora há 32 mortos.

8 set 2017 - 04h30
(atualizado às 12h04)
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Pacientes e médicos nas ruas de Villahermosa, no México
Pacientes e médicos nas ruas de Villahermosa, no México
Foto: BBC News Brasil

Um forte terremoto, de magnitude 8,2, foi registrado na madrugada desta sexta-feira na costa do sul do México, provocando danos e levando a um alerta de um possível tsunami em oito países.

O presidente do México, Enrique Peña Nieto, afirmou que este foi o mais forte terremoto registrado no país nos últimos 100 anos e que ele foi sentido por 50 milhões de mexicanos.

Ele foi mais forte que o notório terremoto de 1985, de magnitude 8,1, que causou grande destruição no país e deixou milhares de mortos (a cifra oficial é de pouco menos de 3,2 mil mortos, mas há estimativas de até 20 mil) - e teve seu epicentro no Pacífico perto da costa e mais perto da Cidade do México.

ilustração da BBC
ilustração da BBC
Foto: BBC News Brasil

Até agora, foram contabilizadas 32 mortes nos Estados de Tabasco, Oaxaca and Chiapas, mas o número pode aumentar conforme as informações forem levantadas em áreas remotas atingidas.

Magnitude

Inicialmente, o serviço sismológico nacional do México informou que o terremoto teve magnitude de 8,4 e que o epicentro do tremor foi registrado às 23h49 de quinta-feira locais (01h49 de sexta em Brasília) a 137 km a sudoeste da cidade de Tonala, no Estado de Chiapas, a uma profundidade de 19 quilômetros.

Horas depois, as informações da agência mexicana foram atualizadas, indicando magnitude de 8,2 e profundidade de 58 km.

Já a agência geológica americana (USGS) registrou o tremor com magnitude 8,1 e profundidade de 70 km.

O tremor foi sentido na capital do país, Cidade do México, a mais de 900 quilômetros de distância do epicentro, e na Guatemala.

O correspondente da BBC Mundo, serviço em espanhol da BBC, no México, Alberto Nájar, contou que, ainda que tenha sentido o tremo na capital mexicana, não foram reportados prejuízos maiores do que queda de muros e de energia elétrica em alguns bairros da cidade.

Segundo relatos locais, os tremores duraram cerca de um minuto. Assustadas, as pessoas foram de pijama para as ruas.

Quatro mortes foram registradas inicialmente em Chiapas. Duas crianças morreram em Tabasco, uma delas um bebê que respirava com ajuda de aparelhos que foram desligados com os cortes de energia provocados pelo terremoto.

Uma outra morte foi relatada na vizinha Guatemala.

Os principais prejuízos devem ser contabilizados no sul do México, área mais próxima do epicentro do terremoto.

Ondas sísmicas

O Estado mexicano de Chiapas é, segundo o serviço sismológico nacional do México, uma área com alta concentração de ondas sísmicas.

No século 20, essa região registrou pelo menos seis terremotos com magnitude acima de 7.

"A ocorrência de tremores no estado de Chiapas é frequente. Até à presente data, não existem técnicas científicas em qualquer lugar do mundo que podem determinar quando ou onde um terremoto ocorrerá, também é impossível saber o quão grande ou quais serão os efeitos sobre a população", diz um relatório do serviço sismológico nacional do México.

Tsunamis

Um alerta de tsunami foi emitido para México, Guatemala, El Salvador, Costa Rica, Nicarágua, Panamá, Honduras e Equador.

Entretanto, o presidente Peña Nieto afirmou, segundo a agência Reuters, que "o risco de tsunami na costa de Chiapas não representa um risco maior" para o México.

Tremor danificou edifícios em Oaxaca
Tremor danificou edifícios em Oaxaca
Foto: BBC News Brasil

Ainda assim, há orientação para que as pessoas se distanciem da costa. O coordenador nacional de Defesa Civil do México, Luis Felipe Puente, alertou em sua conta de Twitter para a possibilidade de ondas de 4,2 metros em áreas mais baixas de Oaxaca e Chiapas.

Peña Nieto afirmou ainda que mais tremores secundários são possíveis e que as pessoas devem verificar se suas casas e escritórios foram danificadas e se há vazamento de gás.

"Estamos em alerta", afirmou Peña Neto.

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