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Nutram a paz e a façam durar, diz papa a Moçambique pós-guerra

5 set 2019 - 12h32
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O papa Francisco exortou o povo de Moçambique nesta quinta-feira a nutrir sua paz tão duramente conquistada e se empenhar para oferecer oportunidades iguais a todos para não voltar a mergulhar em uma guerra civil.

Papa Francisco chega a categral em Maputo, Moçambique
05/09/2019
REUTERS/Yara Nardi
Papa Francisco chega a categral em Maputo, Moçambique 05/09/2019 REUTERS/Yara Nardi
Foto: Reuters

Francisco se dirigiu ao presidente Filipe Nyusi, do partido governista Frelimo, e a opositores do Renamo no palácio presidencial de estilo colonial.

Os dois lados da ex-colônia portuguesa travaram uma guerra civil de 15 anos que terminou em 1992 e matou cerca de um milhão de pessoas, mas só no mês passado assinaram um cessar-fogo permanente.

"No decorrer deste anos, vocês se deram conta de como a busca pela paz duradoura --uma missão que cabe a todos-- pede um esforço vigoroso, constante e incansável. Pois a paz é como uma flor delicada, que se esforça para florescer no solo pedregoso da violência", disse-lhes o papa.

Há quem tema que, agora que o país de 28 milhões de habitantes se aproxima das eleições agendadas para o mês que vem, a violência possa irromper, particularmente em áreas rurais onde os ex-rebeldes têm mais influência.

Ossufo Momade, líder do Renamo, estava na plateia do discurso papal e recebeu uma salva de palmas quando o presidente o mencionou.

Em seu discurso ao papa, o presidente prometeu ajudar a erguer uma nação "onde a não-violência se torne uma cultura vivida por todos, onde a política seja praticada por meio da força do argumento, e não a força das armas".

Mas Francisco disse que, se quiserem uma paz duradoura, os líderes têm que desestimular qualquer forma de fanatismo e exaltação e se esforçar para melhorar as condições e oportunidades para os marginalizados

"Sem oportunidades iguais, as diferentes formas de agressão e conflito encontrarão um terreno fértil para crescer e eventualmente explodir", disse Francisco, que chegou a Moçambique na noite de quarta-feira.

De acordo com o Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (PMA), 80% da população de Moçambique não pode arcar com os custos mínimos de uma dieta adequada.

"Certamente é um bom dia para a paz e a reconciliação", disse Myrta Kaulard, coordenadora-residente da Organização das Nações Unidas (ONU) em Moçambique. "Para boas eleições é preciso paz. Para o desenvolvimento é preciso paz."

Francisco também tocou nos problemas ambientais, outro tema importante da viagem que ainda o levará a Madagascar e às Ilhas Maurício.

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