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Número de mortes por Covid-19 pode dobrar para 2 milhões antes de amplo uso de vacina, diz OMS

25 set 2020 - 14h44
(atualizado às 15h32)
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O número de mortes causadas pelo coronavírus pode dobrar para 2 milhões antes que uma vacina bem-sucedida seja amplamente distribuída, e pode ser ainda maior sem uma ação conjunta para conter a pandemia, disse uma autoridade da Organização Mundial da Saúde nesta sexta-feira.

Coveiros trajando roupas de proteção fazem sepultamento em área destinada a vítimas do novo coronavírus em cemitério em Jacarta, Indonésia
24/09/2020
REUTERS/Willy Kurniawan
Coveiros trajando roupas de proteção fazem sepultamento em área destinada a vítimas do novo coronavírus em cemitério em Jacarta, Indonésia 24/09/2020 REUTERS/Willy Kurniawan
Foto: Reuters

"A menos que façamos isso, qualquer número que você diga (2 milhões de mortes) não é apenas imaginável, mas infelizmente muito provável", disse Mike Ryan, chefe do programa de emergências da OMS em entrevista nesta sexta-feira.

Sua visão foi compartilhada num momento em que o número total de mortes nove meses desde que o vírus foi descoberto na China se aproxima da terrível marca de 1 milhão.

"Ainda não estamos fora de perigo em lugar nenhum, não estamos fora de perigo na África", disse Ryan.

Ele disse que os jovens não deveriam ser culpados por um aumento recente de infecções, apesar dos temores crescentes de que estejam fomentando sua disseminação depois que restrições e isolamentos foram relaxados em todo o mundo.

"Realmente espero que não comecemos a apontar o dedo: é tudo culpa dos jovens", disse Ryan. "A última coisa que uma pessoa jovem precisa é de uma pessoa idosa pontificando e apontando o dedo."

Na verdade, reuniões de pessoas de todas as idades em ambientes fechados estão impulsionando a epidemia, disse.

A OMS continua a conversar com a China a respeito de seu possível envolvimento com o esquema de financiamento Covax para garantir acesso global rápido e igualitário a vacinas contra Covid-19 uma semana depois de o prazo para a filiação se encerrar.

"Estamos conversando com a China a respeito do papel que ela pode desempenhar daqui em diante", disse Bruce Aylward, conselheiro sênior da OMS e chefe do programa ACT-Accelerator de apoio a vacinas, tratamentos e diagnósticos contra Covid-19.

Ele confirmou que Taiwan se filiou ao esquema, embora não seja membro da OMS, o que eleva o total de participantes a 159. Cerca de 34 ainda estão decidindo.

As tratativas com a China também incluem um debate sobre a possibilidade de a segunda maior economia do mundo proporcionar vacinas para o mecanismo, disse ele.

A agência da Organização das Nações (ONU) publicou nesta sexta-feira um esboço dos critérios de avaliação do uso emergencial de vacinas contra Covid-19 para ajudar a orientar as farmacêuticas à medida que os testes de vacinas chegarem a estágios avançados, disse a diretora-geral-assistente da OMS, Mariangela Simao.

O documento estará disponível para comentários públicos até o dia 8 de outubro, disse ela.

Mais cedo nesta sexta-feira, uma autoridade de saúde chinesa disse que a OMS deu seu apoio para que o país iniciasse a administração de vacinas contra coronavírus experimentais enquanto os testes clínicos ainda estão em andamento

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