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Novas sanções europeias afetariam acordo nuclear do Irã, diz autoridade iraniana

17 mar 2018 - 17h27
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Qualquer nova sanção europeia contra o Irã vai afetar diretamente o acordo nuclear selado entre as potências mundiais e Teerã, disse o vice-ministro iraniano de Relações Exteriores nesta sexta-feira, de acordo com a mídia estatal.

"Caso algumas nações europeias imponham sanções não-nucleares contra o Irã, para dessa forma agradarem ao presidente norte-americano, então estarão cometendo um grande erro e eles verão o resultado direto disso no acordo nuclear", disse Abbas Araqchi, segundo a mídia estatal.

"É melhor que os países europeus continuem a convencer os Estados Unidos a manter suas promessas sobre o acordo nuclear, e a a efetivamente executar o acordo em sua totalidade, com boa vontade e em uma atmosfera produtiva."

As declarações de Araqchi foram em resposta à reportagem da Reuters que mostrou que Reino Unido, França e Alemanha propuseram novas sanções da União Europeia ao Irã pelos mísseis balísticos e pelo papel do país na guerra da Síria, de modo a tentar convencer Washington a preservar o acordo nuclear de 2015 com Teerã.

O Irã concordou em reduzir seu programa nuclear em troca da suspensão de uma série de sanções como parte do acordo. Membros do governo iraniano disseram repetidas vezes que o programa de mísseis não está em negociação.

A proposta faz parte de uma estratégia da União Europeia para salvar o acordo assinado pelas potências mundiais que limita a capacidade de Teerã de desenvolver armas nucleares, mostrando ao presidente dos EUA, Donald Trump, que existem outras formas de combater o poder iraniano no exterior.

Trump entregou um ultimato aos signatários europeus em 12 de janeiro, dizendo que eles devem concordar em "consertar as terríveis falhas do acordo nuclear com o Irã" - que foi selado sob o governo de seu antecessor, Barack Obama - ou ele se recusaria a efetuar a suspensão das sanções norte-americanas contra o Irã. As sanções serão retomadas, a menos que Trump emita novas "dispensas " para suspendê-las no dia 12 de maio.

Se os Estados Unidos sairem do acordo, o acordo nuclear será concluído, disse Araqchi, de acordo com um relatório publicado pela agência Mehr News no sábado.

"Se os EUA sairem do acordo e as sanções unilaterais forem retomadas, definitivamente não vamos continuar o acordo porque não servirá aos nossos interesses", afirmou Araqchi.

(por Babak Dehghanpisheh)

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