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Nova caravana de imigrantes salvadorenhos se forma; centenas esperam na fronteira EUA-México

18 nov 2018 - 17h17
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Pelo menos 150 salvadorenhos deixaram seu empobrecido país da América Central neste domingo, em uma caravana em direção aos Estados Unidos, ignorando sua provável rejeição na fronteira entre EUA e México, onde uma caravana maior, formada principalmente por hondurenhos, está parada há dias.

Escoltados por policiais, os homens, mulheres e crianças da caravana marchavam pelas ruas de San Salvador para ônibus com direção à Guatemala, carregando mochilas pesadas, água e sabendo que enfrentarão uma árdua jornada de 4.300 km até a fronteira dos EUA.

O grupo de El Salvador é pelo menos a quarta caravana que partiu desde a mobilização em maior escala na vizinha Honduras, que partiu da cidade San Pedro Sula, devastada pelo crime, em 13 de outubro.

Antes das eleições parlamentares norte-americanas, em 6 de novembro, o presidente Donald Trump chamou a grande caravana de "invasão" que ameaçava a segurança nacional dos norte-americanos e enviou milhares de tropas norte-americanas em atividade para a fronteira com o México. Trump não focou publicamente na caravana desde a eleição.

Inspirados pelo destaque que a caravana maior recebeu, os salvadorenhos se organizaram nas redes sociais e no aplicativo WhatsApp para lançar a mais recente tentativa.

Entre eles estava Manuel Umana, um agricultor de 53 anos da cidade de San Pedro Masahuat, que disse que decidiu se juntar à caravana deste domingo para escapar do MS-13, uma brutal gangue de criminosos que controla grandes partes de El Salvador e da vizinha Honduras.

"Já estamos ameaçados pelas gangues onde vivemos", disse Umana, apontando para cicatrizes em seu rosto que disse terem sido causadas por membros da gangue há cinco anos. "Não podemos mais viver com estas pessoas."

Os motivos dele ecoavam os de dúzias de imigrantes nas primeiras caravanas, que disseram à Reuters que estavam abandonando suas casas para escapar da mistura tóxica de violência, corrupção e insegurança econômica.

Mais ao norte, na cidade de Tijuana, próxima à Califórnia, centenas de pessoas da maior caravana se preparavam para protestos planejados por mexicanos contra e a favor deles neste domingo.

Enquanto isso, as autoridades imigratórias dos EUA barraram a passagem de dúzias de imigrantes que, nos últimos dias, formaram filas organizadas para entrar através da porta de entrada San Ysidro, que conecta o México a San Diego.

(reportagem adicional por Lizbeth Diaz em Tijuana)  

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