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Em discurso nos EUA, Bolsonaro ataca "antigo comunismo"

O presidente participou de jantar com cúpula do conservadorismo e irá se encontrar com Donald Trump na terça-feira

18 mar 2019 - 07h50
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WASHINGTON - Em discurso durante jantar com integrantes do movimento conservador americano, o presidente Jair Bolsonaro enalteceu o que vê como aproximação entre Brasil e Estados Unidos e criticou o "antigo comunismo". Segundo o porta-voz da presidência, general Otávio Rêgo Barros, Bolsonaro apresentou ideias de "fortalecer o comércio, reconhecendo que os EUA são o segundo mercado para os produtos brasileiros, que a diplomacia de fortalecer a democracia neste lado do Ocidente é importante e que aspectos relativos ao antigo comunismo não podem mais imperar".

Comitiva do presidente brasileiro Jair Bolsonaro na entrada da Blair House, onde se hospedará, em Washington, neste domingo (17)
Comitiva do presidente brasileiro Jair Bolsonaro na entrada da Blair House, onde se hospedará, em Washington, neste domingo (17)
Foto: BEATRIZ BULLA / Estadão

O evento é o primeiro de Bolsonaro na capital norte-americana, onde chegou na tarde de domingo. Estavam entre os convidados do jantar o escritor Olavo de Carvalho, considerado um dos ideólogos do governo Bolsonaro e responsável pela indicação de dois ministros, e Steve Bannon, ex-estrategista de Donald Trump e apoiador de populistas de direita. A aproximação de Bolsonaro com Bannon gera desconforto em parte do governo americano, já que o ex-estrategista foi forçado a deixar o governo em 2017 e já foi chamado de traidor por Trump.

Na noite anterior à chegada de Bolsonaro a Washington, Bannon organizou um evento de homenagem a Olavo de Carvalho para convidados, no Trump International Hotel. Na ocasião, Olavo fez duras críticas ao que chamou de "traidores do governo" e criticou o vice-presidente Hamilton Mourão.

O porta-voz também afirmou que Bolsonaro falou que "liberdade e democracia" são os dois valores que unem Brasil e EUA nesse momento.

O jantar deste domingo aconteceu na residência do embaixador do Brasil nos EUA, Sérgio Amaral. Bolsonaro já sinalizou que o embaixador será substituído, ao sugerir na semana passada que diplomatas brasileiros seriam os responsáveis por sua imagem ruim no exterior. Segundo o porta-voz, contudo, Amaral foi "muito fidalgo" com Bolsonaro. Ele confirmou, no entanto, que serão feitos "estudos necessários para identificar quem vem a ser o futuro embaixador, por reconhecer que é um posto de extrema importância". O diplomata Nestor Forster, quem apresentou o chanceler Ernesto Araújo a Olavo de Carvalho, é o nome cotado para o posto. Forster também esteve presente no jantar e foi um dos responsáveis pela elaboração da agenda de Bolsonaro nos EUA.

Ao deixar o jantar, Bannon falou que esse foi um "ótimo ponto de partida para a viagem de Bolsonaro" e disse que, na comparação com o evento em que Olavo criticou parte do governo, o jantar com Bolsonaro teve a "temperatura mais baixa".

Nesta segunda, Bolsonaro terá encontros com empresários e, na terça, terá reunião de trabalho com o presidente americano Donald Trump.

Os presentes no jantar

Bolsonaro estava acompanhado dos ministros das Relações Exteriores, Ernesto Araújo; da Segurança Pública e Justiça, Sérgio Moro; da Economia, Paulo Guedes; da Agricultura, Tereza Cristina; de Minas e Energia, Bento Albuquerque; da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes e do chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno.

Além disso, estiveram no jantar o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado Federal, senador Nelsinho Trad e o filho de Bolsonaro e presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, deputado Eduardo Bolsonaro.

Além de Olavo e Bannon, a lista de convidados incluiu Chris Buskirk, editor do site American Greatness; Mary Anastasia O'Grady, colunista do jornal Wall Street Journal; David Shedd, pesquisador visitante da Fundação Heritage; Matt Schlapp, presidente da União Conservadora Americana; Roger Kimball, editor da revista New Criterion e Walter Russell Mead, colunista do jornal Wall Street Journal. Responsável por apresentar Steve Bannon à família Bolsonaro e a Olavo de Carvalho, o diretor de um fundo de investimentos Gerald Brant também esteve entre os convidados do jantar.

O cardápio foi composto por mousse com ovas de entrada, 'bife Wellington' como prato principal e quindim na sobremesa.

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