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Mundo

Nicarágua expulsa religiosas da congregação de Madre Teresa

Episódio é mais um da perseguição de Ortega a religiões e ONGs

30 jun 2022 - 11h24
(atualizado às 11h30)
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O governo da Nicarágua, liderado pelo autoritário Daniel Ortega, anunciou nesta quinta-feira (30) a expulsão do país das religiosas que fazem parte da Congregação Missionárias da Caridade, organização fundada por Madre Teresa de Calcutá.

Congregação de Madre Teresa estava na Nicarágua desde 1986
Congregação de Madre Teresa estava na Nicarágua desde 1986
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

A justificativa apresentada pela Direção Geral de Registro e Controle de Organizações sem Fins Lucrativos do Ministério do Interior é de que as freiras "não respeitaram a lei sobre financiamento do terrorismo e sobre a proliferação de armas de destruição em massa".

Além disso, a pasta diz que as irmãs religiosas prestavam serviços de assistência social que não passaram pela aprovação dos ministérios da Família, de Educação Pública e Saúde.

O "terrorismo" ou a atuação "sem registro" são as principais motivações usadas para expulsar e cassar o registro de cerca de 450 ONGs desde 2018, quando manifestações nacionais contestaram Ortega no poder. A medida ainda precisa passar pela aprovação do Parlamento, que é controlado por governistas.

A decisão contra a Igreja Católica chega também cerca de três meses depois do presidente expulsar o núncio apostólico na Nicarágua, cargo equivalente a embaixador, monsenhor Waldemar Stanislaw Sommertag, e após inúmeros padres e bispos serem expulsos do país.

"Me entristece muito que a ditadura obrigou as freiras Missionárias da Caridade de Teresa de Calcutá a deixar o país. Nada justifica privar os pobres de cuidados e da caridade. Elas são testemunhas de um serviço de amor. Que Deus as abençoe", disse o bispo auxiliar de Managuá, Silvio José Baez.

As religiosas de Madre Teresa estavam na Nicarágua desde 1986 e atuavam no auxílio a comunidades carentes. Ao todo, a congregação atua em mais de 130 países no mundo e tem cerca de 4,5 mil religiosas.

Já Ortega está no poder desde 2007 e, a cada ano, seu governo foi se tornando cada vez mais autoritário. Nas últimas eleições, em novembro de 2021, o governo do mandatário mandou prender todos os opositores que tentaram disputar a Presidência, sete ao todo, e cassou o registro da maior sigla de oposição. Assim, foi "reeleito" pela quarta vez consecutiva. .

Ansa - Brasil   
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