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Netanyahu não obtém maioria parlamentar em eleição em Israel

18 set 2019 - 12h22
(atualizado às 13h08)
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 Netanyahu discursa na sede do Likud em Tel Aviv 18/9/2019 REUTERS/Ammar Awad
Netanyahu discursa na sede do Likud em Tel Aviv 18/9/2019 REUTERS/Ammar Awad
Foto: Ammar Awad / Reuters

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, não conseguiu obter a maioria em uma eleição parlamentar que projeta um empate entre seu bloco de direita e um grupo de centro-esquerda liderado pelo ex-chefe militar Benny Gantz.

O resultado, de acordo com apuração quase completa divulgada nesta quarta-feira, representa um novo golpe para o líder mais longevo de Israel, que já estava enfraquecido pela incapacidade de formar um governo após uma eleição inconclusiva em abril.

Diante do fato de a formação de uma coalizão voltar a ser chave para um governo, pode levar dias ou até semanas até que fique claro se o político aclamado pelos apoiadores como "rei Bibi" foi destronado após uma década no poder.

Segundo a mídia israelense, mais de 90% dos votos das eleições de terça-feira foram contabilizados, e o bloco liderado pelo partido Likud, de Netanyahu, foi perto do grupo liderado pelo partido de centro Azul e Branco, de Gantz.

O bloco liderado pelo Likud parecia a caminho de obter 55 dos 120 assentos do Parlamento, enquanto 56 iriam para a aliança de centro-esquerda, números abaixo dos 61 necessários para formar um governo de maioria.

Um porta-voz do Likud disse que os líderes de legendas de direita se reuniram com Netanyahu no gabinete do premiê na quarta-feira e se comprometeram a trabalhar com ele para formar o próximo governo.

O ex-ministro da Defesa Avigdor Lieberman emergiu como um possível fiel da balança na condição de líder do partido secular nacionalista Yisrael Beitenu.

Lieberman vem pressionando por um governo de união composto pelos maiores partidos. Ele recusou a proposta de Netanyahu de formar uma coalizão religiosa de direita após a eleição de abril, provocando a repetição inédita da votação na terça-feira.

Netanyahu, que enfatizou seu relacionamento próximo com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante a campanha, disse no discurso que fez às 3h da manhã na sede eleitoral do Likud em Tel Aviv que pretende criar um "governo sionista forte" que refletirá as opiniões de "muitas das pessoas da nação".

Em declarações a partidários do Likud, Netanyahu, o premiê israelense que ocupou o cargo por mais tempo, bebeu água com frequência e falou com voz rouca. Ele não reivindicou a vitória nem reconheceu uma derrota, dizendo que aguardará o resultado final.

Gantz foi mais otimista, dizendo em um comício de seu partido Azul e Branco que parecia que "cumprimos nossa missão", e prometeu trabalhar para a formação de um governo de união.

"Agora é a hora da verdadeira corrida", disse ele mais tarde a repórteres.

Gantz não descartou participar de um governo com o Likud, mas disse que o Azul e Branco não fará parte de uma administração com Netanyahu, citando suspeitas de corrupção que enfrenta. Netanyahu nega qualquer irregularidade.

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