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Mundo

Navio de migrantes é bloqueado ao entrar em porto italiano

Sea Watch 3 leva 42 deslocados internacionais a bordo

27 jun 2019 - 14h17
(atualizado às 14h32)
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O navio Sea Watch 3, que está há mais de 10 dias com 42 migrantes a bordo no Mar Mediterrâneo Central, tentou entrar nesta quinta-feira (27) no porto de Lampedusa, ilha italiana situada a cerca de 100 quilômetros do norte da África, mas foi bloqueado pelas autoridades.

Navio da ONG alemã Sea Watch, que leva 42 migrantes a bordo
Navio da ONG alemã Sea Watch, que leva 42 migrantes a bordo
Foto: ANSA / Ansa - Brasil

A embarcação pertence à ONG alemã Sea Watch e resgatou os deslocados internacionais no último dia 12 de junho, a 47 milhas náuticas da costa da Líbia. Como as agências humanitárias não consideram o país africano um "porto seguro", o navio seguiu para Lampedusa e, após duas semanas parado, violou uma ordem que o impedia de entrar em águas territoriais italianas.

"Nesta manhã [27], o navio informou às autoridades que se haviam passado 24 horas da declaração de estado de necessidade que o obrigara a entrar em águas territoriais. Às 14h16, sem ter recebido comunicações ou assistências, seguiu rumo ao porto", contou a porta-voz da ONG, Giorgia Linardi.

"Mas, a cerca de uma milha, [o navio] foi intimado a desligar os motores. O navio está agora parado a uma milha da entrada do porto", acrescentou a porta-voz. O ministro italiano do Interior, Matteo Salvini, exige que os migrantes sejam levados para Alemanha, base da ONG, e Holanda, país onde a embarcação está registrada.

Um grupo de parlamentares de centro-esquerda subiu no navio e afirmou que ficará a bordo até que a situação se resolva. "É preciso acabar com essa crueldade", afirmou o deputado e ex-ministro da Infraestrutura Graziano Delrio.

"Não se brinca com a vida das pessoas, os 42 migrantes precisam de um porto seguro. Vamos ver o que acontece, mas nos prometeram uma solução rápida", disse a capitã do Sea Watch 3, a alemã Carola Rackete.

A secretária de Segurança e Justiça da Holanda, Ankie Broekers-Knol, disse que o país não é obrigado a receber os deslocados internacionais, o que irritou Salvini. "Se fosse um navio italiano em frente ao porto de Roterdã, queria ver o que diriam. Quem ajuda traficantes de humanos pagará as consequências", ameaçou.

Números

De acordo com o último relatório anual do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), tanto a Alemanha quanto a Holanda abrigam proporcionalmente mais deslocados internacionais do que a Itália.

A Alemanha acolhe 1,4 milhão, o que equivale a 1,73% de sua população, enquanto a Holanda abriga 114,1 mil, 0,66% de seu total de habitantes. Já a Itália, com 294,8 mil refugiados e solicitantes de refúgio, tem um índice de 0,48%, uma vez que muitos migrantes forçados usam o país apenas como porta de entrada na UE e seguem viagem rumo ao norte.

Ansa - Brasil   
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