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Na eleição russa, algumas pessoas dizem que foram obrigadas a votar

18 mar 2018 - 12h45
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Oponentes do presidente russo, Vladimir Putin, alegam que eleitores estavam sendo obrigados a comparecer aos locais de votação nas eleições presidenciais deste domingo, em uma campanha do Kremlin para garantir que a provável vitória de Putin não seja manchada por um baixo comparecimento às urnas.

Ivan Jdanov, um assessor do líder da oposição Alexei Navalny, que foi impedido de participar da corrida presidencial, disse que os partidários de Navalny que monitoram a votação relataram que as pessoas estão sendo levadas aos postos de votação por seus empregadores.

"Nós chamamos isso de 'eleição de ônibus fretado'", disse Zhdanov em uma entrevista coletiva. "Algumas organizações, alguns ônibus, estão trazendo enormes quantidades de pessoas."

Autoridades do Kremlin reservadamente admitem que alguns eleitores estão relutantes em comparecer e votar, mesmo que apoiem Putin, porque acreditam que sua vitória já esperada. As autoridades, no entanto, dizem que a votação será justa.

Ella Pamfilova, chefe da comissão que organiza a votação em todo o país, disse que qualquer fraude será reprimida. Ela disse que os que alegam que a eleição é fraudada são tendenciosos contra a Rússia.

Repórteres da Reuters em seções eleitorais em vários lugares da Rússia falaram com vários eleitores que disseram terem sido instruídos por chefes ou supervisores acadêmicos a votar. Muitos tiraram fotos de si mesmos votando, dizendo que as fotos eram necessárias como prova.

Em um caso, um alto funcionário eleitoral que inspecionou uma seção de votação disse que não deveriam ser permitidas fotos da votação, e ordenou que os mesários reprimam a prática.

Natalia Lobzhanidze é a diretora da Escola no. 3 em Ust-Djeguta, na região de Karachayevo-Cherkessia, no sul da Rússia, que abriga a seção de votação número 215. "Uma menina veio da (capital regional) Cherkessk, tiramos uma foto dela porque seus chefes pediram a ela comprovasse (ter votado)".

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